Ineficácia de Bolsonaro na pandemia coloca Brasil na lanterna em ranking mundial

As ações do governo do presidente
Jair Bolsonaro
 (sem partido) durante a pandemia do novo
coronavírus
 fizeram com que o Brasil obtivesse as duas piores
avaliações em um ranking mundial que ouviu cidadãos sobre a forma como os seus
governos responderam à Covid-19.

O retrato do Brasil nesse ranking é de um país cujo governo
deu respostas parcialmente insuficientes ou totalmente insuficientes frente à
pandemia, além de ter um governante que não fez o suficiente para restringir o
deslocamento da população pelo país.

Os resultados constam no Índice de Percepção da Democracia 2020 (DPI –
Democracy Perception Index)
, um levantamento feito pela instituto de
pesquisas alemão Dalia Research, que ouviu 124 mil pessoas de 53 países
diferentes entre 20 de abril e 3 de junho deste ano.

Na pesquisa, 62% dos brasileiros ouvidos consideraram que a
resposta dada pelo governo Bolsonaro diante da crise do novo coronavírus foi “um pouco insuficiente” (32%) ou “muito insuficiente” (30%). Já outros 26%
consideraram “um pouco eficiente”, enquanto 8% avaliaram a atuação do governo
como “muito suficiente”. Os demais 4% não souberam opinar.

O alto índice de insatisfação do brasileiro fez com que o
país ficasse em último no ranking mundial nesse quesito. Junto do Brasil na
derradeira do levantamento, aparecem o Chile (39%),
a França (46%) e Espanha (50%). Já os países que obtiveram melhor avaliação
China e Vietnã (95%),
Grécia e Malásia (89%), Irlanda e Taiwan (87%).

Questionados sobre as medidas restritivas adotadas pelo governo, 60% dos
entrevistados afirmaram que as ações “foram insuficientes”, enquanto 24%
consideraram como “na quantidade certa” e outros 11% avaliaram como “excessivas” as restrições. 5% dos entrevistados não souberam responder.

Os resultados da pesquisa foram compartilhados pelo
economista e filósofo alemão Max Roser, diretor de pesquisa em economia da
Universidade de Oxford, na Ingleterra, e fundador do Our World In
Data
 (Nosso Mundo em Dados, em tradução literal), um portal que
acompanha os dados e traduz em gráficos a evolução da pandemia no mundo.

 CHINA MELHOR AVALIADA QUE EUA

China,
país de origem do vírus Sars-Cov-2,
obteve uma melhor avaliação dos brasileiros sobre sua atuação no combate à
pandemia da Covid-19 do que a praticada até agora pelo governo
de Donald Trump, dos Estados Unidos
.

Questionados sobre as ações chinesas, 73% dos brasileiros
entrevistados avaliaram o país positivamente, entre “muito bem” (33%) e “um
pouco bem” (40%), enquanto outros 19% consideram que a China teve uma má
atuação, entre “um pouco mal” (10%) e “muito mal” (9%). Outros 8% não souberam
responder.

A resposta do governo norte-americano, entretanto, foi
considerada positiva por 52% dos cidadãos brasileiros ouvidos, variando entre “muito bem” (12%) e “um pouco bem” (40%). Apontaram como uma má resposta dos
EUA 38%, sendo “um pouco mal” (25%) e “muito mal” (13%). Os 10% restantes não
opinaram.

Os resultados do DPI serão apresentados durante a Cúpula da
Democracia de Copenhagen, na Dinamarca, no próximo dia 18, realizado pela Fundação Aliança
pela Democracia
, que terá entre seus palestrantes o secretário de
Estado dos EUA, Mike
Pompeo
.

VENEZUELA DENUNCIA BOLSONARO POR NEGLIGÊNCIA

Na segunda-feira (15), o governo
da Venezuela denunciou Bolsonaro
 na ONU (Organização das
Nações Unidas) acusando-o de negligência frente à pandemia.

A denúncia feita pelo regime de Nicolas Maduro partiu do
embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada. Segundo a carta enviada ao
secretário-geral da organização, António Guterres, a Venezuela classificou a
atuação de Bolsonaro como irresponsável e destacou sua “negligência criminal” com a pandemia.

O embaixador venezuelano afirma na carta que o regime
de Maduro
 tem tido “profunda preocupação” com o volume de casos
confirmados de Covid-19 no Brasil, com destaque para os estados de Amazonas e
Roraima, que fazem fronteira com a Venezuela.

O representante venezuelano na ONU elencou três “alarmantes
atuações” do governo Bolsonaro durante a pandemia.

  • Negação
    da severidade da pandemia:
     citando os discursos feitos pelo
    presidente de que a doença era um “resfriadinho” ou uma “gripezinha, além da ida de Bolsonaro e ministros à
    manifestação em Brasília no dia 18 de maio
  • Falta
    de uma política pública coerente para conter a pandemia: 
    denunciando
    que o governo demitiu
    dois ministros da Saúde
     que apelaram que o bom senso que deve
    prevalecer contra calamidades como a provocada pela Covid-19. “É claro que
    estamos diante de um chefe de Estado e governo que intencionalmente
    impede, com abuso de autoridade, a salvação da vida de seu próprio povo”,
    diz Moncada
  • Ameaças
    ao multilateralismo
    : relembrando quando Bolsonaro ameaçou retirar
    o Brasil da OMS
     (Organização Mundial da Saúde), a exemplo do
    que disse Donald Trump, nos Estados Unidos. “Hoje, mais do que nunca, essa
    pandemia mostrou que a solidariedade cooperação internacional e
    multilateral são essenciais, tanto para economizar vidas para proteger as
    realizações da humanidade nos últimos século”, completa o embaixador. (João Conrado Kneipp- Texto e foto – Yahoo Noticias).