O presidente
Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que Fabrício Queiroz,
ex-assessor de seu filho Flávio Bolsonaro que foi preso nesta manhã, não estava
foragido e foi alvo de uma prisão “espetaculosa” como se fosse “o maior bandido da face da Terra”.
Bolsonaro acrescentou, em transmissão semanal ao vivo pelo
Facebook, que não tem qualquer relação com o caso de Queiroz, que foi preso em
Atibaia (SP) no âmbito das investigações sobre um suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando era
assessor de Flávio.
Queiroz foi preso em um imóvel que pertence ao advogado
Frederick Wassef, ligado à família Bolsonaro. Segundo o presidente, Queiroz
estava no interior paulista para ficar perto do hospital onde fez fazendo
tratamento para câncer.
Em uma transmissão que durou 25 minutos, mais curta em
relação às semanas anteriores, Bolsonaro começou dizendo que não era alvo na
investigação.
“Deixo bem claro que não sou advogado e não estou
envolvido nesse processo. Mas o Queiroz não estava foragido e não havia nenhum
mandado de prisão contra ele. E foi feito uma prisão espetaculosa”, disse. “Que a Justiça siga seu caminho, mas parecia que estavam prendendo o maior
bandido da face da Terra.”
Bolsonaro também procurou justificar o motivo de Queiroz
estar na casa em Atibaia. “E por que ele estava naquela região de São
Paulo? Porque é perto do hospital onde ele faz tratamento de câncer. Esse é o
quadro. Da minha parte, está encerrado o caso Queiroz”, acrescentou
Bolsonaro.
Depois de comentar o caso envolvendo o ex-assessor de Flávio
Bolsonaro, o presidente criticou órgãos de imprensa que publicaram que houve um
mandado de busca e apreensão em uma casa de sua propriedade em Bento Ribeiro,
no Rio ? na verdade, o imóvel que foi alvo da ação é de uma funcionária do
gabinete de Flávio Bolsonaro.
“Propagaram essa notícia por várias horas e me
vincularam ao caso Queiroz. Lamento, mas isso é de praxe da grande mídia. Minha
casa está fechada e não foi aquele que houve busca e apreensão”, disse o
presidente.
Presidente não comenta saída de Weintraub
Durante a live, Bolsonaro não citou a saída de Abraham
Weintraub do Ministério da Educação, confirmada nesta quinta e que causou
grande repercussão. O ex-ministro, que já pediu a prisão de ministros do
Supremo Tribunal Federal, fez ironias à China e esteve presente a manifestações
que atacam o STF e o Congresso Nacional, era um dos principais nomes da chamada
“ala ideológica” do governo.
Além do caso Queiroz, Bolsonaro comentou na live sobre o
Plano Safra, lançado ontem pelo governo e que financiará produtores agrícolas,
fez novas críticas à OMS (Organização Mundial de Saúde) e falou sobre os
impactos recentes na economia gerados pela pandemia do coronavírus.
“O Brasil não aguenta mais ficar em casa”, disse,
em crítica à políticas de isolamento social impostas por governadores e
prefeitos. Além disso, levantou dúvidas sobre os números de mortes vinculadas à
covid-19 e, sem apresentar evidências, declarou que eles “não
traduzem” o cenário real da pandemia.
“Lamento a quantidade de mortes, mas a questão dos números
deixa muita gente em dúvida. Morreu de covid-19 ou com covid-19? Temos
declarações de hospitais dizendo que 40% que entrou no óbito como covid-19 não
eram de covid-19. Isso é muito triste”, disse o presidente. (Yahoo Noticias).
Foto: Divulgação/Yahoo Noticias