Colesterol X Covid-19: cuidados para evitar mais um fator de risco

Portadores de
cardiopatias e de distúrbios metabólicos, como diabetes, estão mais propensos
às complicações em caso de infecção pelo novo coronavírus. No Dia de Combate ao
Colesterol, 8 de agosto, o cardiologista Gustavo Feitosa destaca que o
colesterol alto, na sua fração conhecida como LDL ou colesterol ruim, faz com
que a pessoa também se insira no grupo de risco para agravamento da Covid-19. O
especialista reforça a importância do acompanhamento médico.

De acordo com um levantamento da American College of
Cardiology, dentre os pacientes hospitalizados em decorrência do coronavírus,
50% possuíam doença crônica, sendo que 40% possuíam doença cardiovascular.
Entre os casos fatais, 86% tinham acometimento respiratório, desses 33%
acometimento cardíaco associado e 7% acometimento cardíaco isolado.

Especialistas explicam como o vírus age em conjunto com
essas enfermidades e que o controle e o tratamento podem evitar mortes. ?A
Covid-19 ocasiona um estado inflamatório e pró-trombótico, aumentando a
vulnerabilidade a eventos adversos como infarto cardíaco e arritmias?, diz o
cardiologista Gustavo Feitosa, responsável pelo Protocolo de Prevenção
Cardiovascular do Hospital Cárdio Pulmonar.

Dentre as comorbidades provocadas pela alta do LDL que
preocupam os cardiologistas estão a aterosclerose e a arteriosclerose. Ambas
são doenças progressivas e silenciosas, causadas pelo acúmulo de colesterol LDL
em placas ou ao longo das artérias.

“A aterosclerose é uma doença degenerativa que se
caracteriza principalmente pelo depósito de gordura (colesterol LDL) e de
outras substâncias nas camadas internas das artérias do coração, do cérebro, da
aorta, obstruindo a passagem do sangue em porcentagens variáveis”, diz o
especialista, acrescentando que alguns estudos demonstram sua existência numa
fase inicial por volta dos 15 a 30 anos. Forma-se o ateroma, uma espécie de “calombo” nas artérias.

A arteriosclerose se caracteriza pelos depósitos de gordura
e cálcio ao longo de toda a extensão de uma artéria, deixando-a endurecida.

“O colesterol elevado costuma ser assintomático, mas, se não
for tratado corretamente, poderá acarretar complicações causadas pelas
obstruções das artérias: angina do peito, infarto do miocárdio, acidente
vascular cerebral, aneurismas e outras. E, daí, o paciente passa a ser de alto
risco se contrair o coronavírus”, explica o cardiologista.

Tratamento

“O combate ao colesterol elevado é feito basicamente com
medicação e as mais usadas são as estatinas, consideradas muito eficazes nesse
controle”, diz o cardiologista Gustavo Feitosa, reforçando a necessidade do
acompanhamento regular por parte de um especialista.

A prática de exercícios, embora não impacte
quantitativamente nos níveis de LDL, melhora bastante o perfil de colesterol,
tanto pela redução expressiva dos níveis de triglicérides quanto através da
elevação dos níveis do colesterol bom, o HDL, que ajuda na proteção contra a
aterosclerose. Os exercícios aeróbicos são os mais indicados nesse caso.

Conheça alguns mitos sobre o colesterol:

– Pessoas magras não têm colesterol alto.

– Água com limão e água de berinjela ajudam a diminuir o
colesterol

– Óleo de coco diminui colesterol e ajuda a emagrecer

– Comer ovo aumenta os níveis de colesterol ruim

(Texto e foto – Ascom)