‘Temer virou o grande articulador de Bolsonaro nos bastidores’, diz Rui Costa

A aproximação do ex-presidente Michel Temer (MDB) com o atual chefe do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (sem partido), tem levantado suspeitas no campo político de que o emedebista estaria se encontrando com lideranças de partidos para preparar possível defesa do presidente no Congresso, em caso de impeachment.

Na análise do governador da Bahia, Rui Costa (PT), Temer, que resistiu a processos de impeachment enquanto governava o país, se tornou o grande articulador de Bolsonaro. “A impressão que eu tenho é que de fato o ex-presidente Temer foi chamado para fazer uma operação grande de articulação para dar sustentabilidade ao presidente, em caso de tentativa de impeachment ou de obstrução do presidente no Congresso. Parece que o Temer virou aquela figura nos bastidores que é o grande articulador do Bolsonaro”, disse à rádio Bandeirantes nesta quarta-feira (26).

As articulações estariam ocorrendo devido aos desdobramentos do caso que envolve o filho do presidente, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). As investigações giram em torno do amigo da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, considerado peça-chave do esquema.

Durante entrevista à rádio, Rui também comentou o caso, dizendo que o presidente “atua para proteger os filhos”. “A história toda é muito estranha, muito confusa. A atuação do presidente é o tempo todo uma atuação para proteger seus filhos eventualmente do que teriam feito com essa relação com o Queiroz e a divisão de recursos dos seus mandatos. Mas prefiro sempre deixar para os órgãos de investigação, a quem compete esclarecer e mostrar para a sociedade a verdade dos fatos”, afirmou.

Para o governador da Bahia, essa tentativa de proteger os filhos afastou o presidente de promessas feitas antes de ser eleito presidente da República. “Se elegeu com um discurso apartidário, apolítica, com forte crítica dos políticos tradicionais, tentando convencer de que ele atuaria diferente dos políticos tradicionais. Inicialmente anunciou que estava montando o governo sem indicações políticas. Mas, coincidentemente, após essas denúncias do Queiroz, houve uma mudança visível para todo o país, onde ele passou a adotar as práticas antigas, piores práticas”, avaliou Rui Costa. ((Rayllanna Lima – bahia.ba).

Foto: Fernando Vivas/Gov-BA/Wilson Dias/Agência Brasil

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