Tremores registrados neste domingo podem se repetir nos próximos meses, diz geólogo

Um alerta para os amedrontados com os tremores de terra
sentidos em diversas regiões da Bahia na manhã deste domingo (30): eles poderão
se repetir ao longo dos próximos meses. A avaliação foi feita pelo geólogo
Eduardo Menezes, do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN). “Eles ocorrem durante um determinado tempo, deve
durar algumas semanas, talvez até meses, depende da região”, disse o
especialista em mensagem enviada à Defesa Civil da Bahia.

Menezes aponta que, apesar do susto provocado nas pessoas,
esses tremores são um fenômeno natural, gerado por falhas geológicas. Já a
percepção por parte das pessoas e o consequente susto ocorrem quando eles são
registrados nas proximidades de áreas urbanas. “A repercussão realmente é
muito maior do que quando ocorre na área remota, a exemplo dos tremores que
ocorrem na Amazônia. Lá, além da profundidade ser muito grande, não existe
população em densidade como em Salvador, na Bahia, Pernambuco, Rio Grande do
Norte e Ceará”, explica Menezes.

Por aqui, o abalo foi sentido por volta das 8h em cidades do
Recôncavo, Vale do Jiquiriçá, Baixo Sul e também na capital (veja aqui). Em São
Miguel das Matas, município no Recôncavo Baiano, câmeras de segurança de um
supermercado flagraram um exemplo da dimensão do dano: produtos chegaram a cair
das prateleiras (veja aqui).

De acordo com Menezes, o que chama mais atenção é a
magnitude dos tremores, que chegou a 4.6 graus na escala Richter. “Realmente assusta, chega a derrubar objetos de prateleiras, vibrações em
telhados, janelas, normal que as pessoas se assustem. Não são comuns frequência
de tremores nessa ordem de grandeza”, pontua, acrescentando que esses
eventos costumam ocorrer a cada 10, 15 anos.

Como não há ainda um trabalho de monitoramento na região,
Menezes afirma que o laboratório da UFRN, que há mais de 40 anos atua no
Nordeste, está se prontificando para instalar uma rede de sismógrafo na área a
partir da próxima semana. O objetivo é fazer um estudo local, com maior
precisão do mapeamento. Além disso, eles cogitam promover palestras nas
comunidades para dar esclarecimentos à população e “tirar esse misticismo
das pessoas acharem que é o fim do mundo ou que é culpa de alguém”. (Bahia Noticias)

Foto: Reprodução/ Sudec