Numa disputa marcada por uma crise sanitária que atingiu em cheio a população mais pobre do país, a criação ou ampliação de programas de transferência de renda devem figurar entre as principais promessas de campanha dos candidatos.
Pago pelo governo federal desde abril, o auxílio emergencial destinado a pessoas que ficaram sem renda por causa da pandemia de Covid-19 é visto hoje como uma eficiente vitrine eleitoral. Na avaliação de alguns especialistas, o socorro financeiro contribuiu para impulsionar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sobretudo no Nordeste -levantamento mais recente mostra que, para 33% dos eleitores da região, o atual governo é ótimo ou bom, contra 27% da pesquisa anterior, de junho.
Em Salvador, Bruno Reis (DEM) e Bacelar (Podemos) – dois dos oito postulantes ao Executivo municipal que já divulgaram seus planos de governo – prometem, se eleitos, terem uma gestão economicamente voltada aos segmentos mais vulneráveis da capital baiana.
Ao listar suas propostas na área social, tanto Bruno quanto Bacelar citam como justificativas, de forma genérica, os impactos provocados pelo novo coronavírus.
No caso de Reis, por exemplo, a criação do Salvador por Todos (auxílio de R$ 270 pago a informais), será mencionada entre seus legados como vice-prefeito ao lado de ACM Neto. Tal qual o auxílio federal, o socorro municipal também foi prorrogado.
“Convém reforçar que a gestão municipal também criou, em 2020, durante a pandemia do Covid-19, o seu próprio programa de socorro, o ‘Salvador por Todos’, que implementou a partir de cadastros existentes em diversas de suas secretarias e órgãos, já que tem acesso ao CadÚnico, operacionalizado pela Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre)”, descreve Reis em seu programa.
No âmbito do Bolsa Família, o candidato do Democratas afirma que a estratégia de autuação será fortalecer o programa, caso o governo federal não leve adiante uma proposta de rebatizá-lo de ?Renda Brasil?.
?Considerando que o Bolsa Família continue a ser o programa de distribuição de renda adotado pelo governo federal nos próximos anos, a prefeitura trabalhará a partir das informações de que já dispõe, consolidando os cadastros disponíveis?, assegura Reis, até agora líder nas intenções de voto.
Outras iniciativas como o Auxílio-Emergência e o novo Aluguel Social, destinadas a amparar famílias que perderam móveis ou moradias por causa da chuva, também serão citados como importantes feitos de transferência de renda.
‘Tamu junto’ promete renda para mais jovens
Em seu programa de governo, Bacelar afirma que o centro das ações na área social será a população negra residente nas periferias.
Ex-secretário de Educação da cidade e atualmente deputado federal, ele propõe entre suas principais diretrizes um programa de transferência de renda que priorizará o público com idades de 16 a 24 anos.
Batizado de ?Tamu Junto?, a iniciativa mira jovens em situação de extrema pobreza, além de beneficiários do Bolsa Família, pessoas com defasagem escolar de no mínimo dois anos ou em caso de evasão escolar.
O foco nos mais jovens, de acordo com o postulante do Podemos, é respaldado em levantamentos estatísticos do Bolsa Família
“Os dados gerais do PBF [Programa Bolsa Família] em conjunto com os dados do diagnóstico das áreas de Saúde, Assistência Social, Juventude, Trabalho e Renda, demonstram, de maneira inequívoca, a extensão das vulnerabilidades e riscos sociais a que os jovens estão expostos em Salvador, bem como nos permitem identificar a juventude como público prioritário para as ações de governo”, destaca ele em seu plano governamental.
De maneira genérica, Bacelar também assegura que criará mecanismos para reduzir a exclusão social e que garantam a profissionalização, geração de empregos e renda mínima para os soteropolitanos. (Alexandre Santos – bahia.ba).
Foto: Bruno
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