Como fica a vida sexual depois do câncer de próstata?

Uma das maiores preocupações quando se fala câncer de próstata
é a disfunção erétil (impotência sexual), além da incontinência urinária. Sem
dúvidas, o assunto mexe com a cabeça dos pacientes e, de forma equivocada,
acaba sendo um motivo para postergar o rastreio que possibilita a detecção
precoce, favorece a cura e permite melhores resultados no tratamento, reduzindo
as sequelas. No Novembro Azul, esse tema merece atenção quando se fala em
promoção da saúde masculina de forma integral.

Em grande parte dos casos em que a doença está localizada na
próstata, o tratamento do câncer é feito com cirurgia (convencional aberta ou
robótica) ou com radioterapia. “A próstata fica muito próxima dos nervos
responsáveis pela ereção. Por isso, a cirurgia normalmente afeta a região,
podendo causar disfunção erétil, que pode ser revertida dentro de 6 meses a um
ano, com acompanhamento médico adequado e uso de medicações, em alguns casos”,
explica o urologista Rogério Eirado, da Clínica SIM/Grupo AMO.

O médico reforça que o tratamento para o câncer de próstata
pode ter intuito curativo ou de controle e, por isso, a busca pelo especialista
é o melhor caminho para todos os pacientes. Rogério Eirado diz ainda que, se
houver indicação cirúrgica, quanto mais cedo esse câncer for descoberto, quanto
menor for o tumor, mais preservadora pode ser a cirurgia, gerando menos
impactos na sexualidade.

“Vale destacar que a condição sexual do homem anterior à
cirurgia é o principal indicador da recuperação após o tratamento”, sinaliza o
urologista, lembrando que as técnicas cirúrgias evoluíram muito, assim como a
qualidade dos medicamentos que podem ser prescritos no pós-operatório.

Sem cirurgia

Devendo ser avaliado de forma individual, o câncer de
próstata pode ter tratamento não-cirúrgico, à base de radioterapia ou
hormonioterapia. “No caso da radioterapia, o impacto na função sexual não é
imediato. As lesões aos nervos responsáveis pela ereção ocorrem
progressivamente ao longo do tempo”, diz Rogério Eirado.

A hormonioterapia é indicada para casos mais avançados,
quando se opta pelo bloqueio hormonal para suprimir a testosterona, que
alimenta o tumor e é um dos hormônios mais importantes na libido. “A questão
sexual afeta diretamente a qualidade de vida do homem. Por isso, cada caso
precisa ser avaliado individualmente pelo especialista, juntamente com o
paciente, para a definição do melhor tratamento”, explica.

O urologista Rogério Eirado reafirma a importância da busca
pelo especialista para a detecção precoce, através do rastreamento feito por
exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos em pacientes sem sinais ou
sintomas. O toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno
prostático específico) são as medidas mais usadas para identificar homens sob
risco de portarem tumor maligno da próstata. O diagnóstico é confirmado através
de estudo anatomopatológico em material obtido por biópsia ou peça cirúrgica.

 Campanha

Esse ano, a campanha Novembro Azul do Grupo AMO chama a
atenção para o preconceito, que ainda faz pacientes retardarem ou até
negligenciarem os cuidados com a saúde.

Com uma linguagem direta e leve e com um pouco de humor
presente no universo masculino, as peças divulgadas externamente (outdoor) e o
material educativo distribuído nas unidades e publicado nas redes sociais
reforçam que a detecção precoce é, sem dúvidas, o melhor aliado na cura do
câncer.

Com o mote “Não se cuidar é coisa do passado”, o jingle da
campanha Novembro Azul do Grupo AMO foi gravado por artistas como Luiz Caldas e
Adelmo Casé. O pedágio do Litoral Norte foi plotado com o tema da campanha e,
até o final do mês de novembro, as fachadas das unidades do grupo AMO
permanecem iluminadas com a cor azul, que marca a campanha mundial pela saúde
masculina.

Dados do câncer de próstata – O diagnóstico precoce do
câncer de próstata é a ferramenta mais eficaz contra as previsões Instituto
Nacional do Câncer (Inca): dos 65.840 casos de novos cânceres de próstata
previstos para 2020 no Brasil, 6.130 estarão na Bahia, sendo 1.090 em Salvador.
Exceto os tumores de pele não-melanoma, o câncer de próstata ocupa a primeira
posição entre os homens no país, causando 28% das mortes por câncer. (Ascom).

Foto: Divulgação