Serviço implantado há pouco mais de um mês reforça as opções da rede suplementar na Bahia; estado reúne cerca de 800 pacientes na fila

O Hospital Cárdio Pulmonar (HCP) realizou com sucesso, nesta
sexta-feira (18), a primeira cirurgia de transplante renal da unidade.
Implantado há pouco mais de um mês, o serviço do HCP atende a pacientes da rede
suplementar de saúde e passa a ser mais uma opção na Bahia, que reúne cerca de
800 pacientes na fila, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
(ABTO). Há outros cinco pacientes já avaliados e inscritos no serviço.

Portador de doença renal crônica, o paciente do sexo
masculino, com 36 anos, recebeu o órgão de um doador falecido vindo de outro
estado. Após o período de observação, a equipe médica espera que a alta ocorra
até entre 7 e 10 dias.

Segundo a coordenadora do Serviço de Transplante do HCP, a
nefrologista Carolina Neves, a cirurgia representa uma grande conquista. “Após
um demorado processo de avaliação e credenciamento e com autorização do
Ministério da Saúde (MS), a unidade se tornou um centro habilitado para
realizar transplante com doadores vivos ou falecidos, obedecendo a todos os
critérios do Sistema Nacional de Transplantes (SNT)”, explica.

A médica lembra que, também após rigorosa avaliação, o
Cárdio Pulmonar renovou em outubro a certificação da Joint Commission
International. Foi o primeiro hospital da Bahia acreditado pela JCI há três
anos e continua sendo o único no estado com a chancela da líder mundial em
acreditação na área da saúde.

Com o credenciamento, o HCP se torna o terceiro hospital a
realizar o procedimento pela rede suplementar em Salvador e o quarto na Bahia.
O novo serviço favorece os pacientes de convênio que, muitas vezes, precisavam
ir para outros estados para realizar a cirurgia.

Cirurgia

A cirurgia desta sexta-feira (18) foi liderada pelo
coordenador do Serviço de Urologia do HCP, Lucas Batista, e pelos também
urologistas Eduardo Azevedo e Sheldon Menezes. Lucas Batista reafirma os ganhos
do início do serviço para os pacientes, que agora contam com mais uma equipe
altamente qualificada na Bahia.

Lucas Batista destaca também um diferencial do serviço: “No
caso de doadores vivos, a retirada do rim é feita por videolaparoscopia, com
incisões pequenas, com menor uso de analgésicos, menor tempo de internação, favorecendo
uma recuperação mais rápida, com breve retorno às atividades cotidianas”.

A equipe do serviço de transplante coordenado pela
nefrologista Carolina Neves também conta com o nefrologista Lucas da Mata, e
com os urologistas Rafael Tourinho, Marcelo Cerqueira, Romeu Magno e Humberto
Ferraz. Além disso, o time inclui infectologistas, anestesiologistas, equipe de
bioimagem, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Dados Bahia

Oito mil pacientes portadores de doença renal crônica fazem
diálise na Bahia. Destes, 800 estão na fila de espera para um transplante
renal, de acordo com a ABTO. Estimando que 15% dos pacientes em diálise tenham
saúde suplementar e que 40% seriam elegíveis para o transplante renal, cerca de
360 pacientes por ano poderiam realizar transplante renal na Bahia, através de
seu convênio.

“Dentro da nossa proposta do cuidado integral do paciente
renal, estamos dando um novo caminho de tratamento. Isso vai contribuir muito,
já que na Bahia apenas três hospitais realizavam o procedimento via convênio ?
dois em Salvador e outro em Feira de Santana – e os hospitais Ana Nery, Roberto
Santos e Pedro Alcântara (também em Feira) fazem pelo SUS”, explica
Carolina Neves.

“O transplante renal é considerado a melhor terapia renal
substitutiva para o portador de Doença Renal Crônica avançada, por garantir a
melhor sobrevida e qualidade de vida”, explica a nefrologista Carolina Neves. A
sobrevida do paciente e do rim transplantado no Brasil nos últimos 10 anos é de
91% e 77% com rim de doador vivo, e de 84% e 60% com rim de doador falecido,
respectivamente, segundo a ABTO. (Ascom).

Foto: Divulgação/Ascom