Relatório do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) entregue aos investigadores da Operação Lava Jato registrou
uma movimentação suspeita, em 2009, no valor de R$ 18 milhões envolvendo o
Sindicato dos Bancários de São Paulo, ligado à CUT, a Bancoop, cooperativa
habitacional criada pela entidade cujo presidente era o atual tesoureiro
nacional do PT, João Vaccari Neto, e a Planner Corretora de Valores.
Segundo informa o jornal O Estado de S. Paulo, em
reportagem de Ricardo Brandt e Fausto Macedo, em 23 de novembro de 2009 a
Bancoop recebeu R$ 18.1 milhões do
Sindicato dos Empregados de Estabelecimentos Bancários de São Paulo,
informou o Coaf, órgão de inteligência do Ministério da Fazenda. [Na mesma
data, foram transferidos R$ 18.151.892,51 para a empresa Planner Corretora de
Valores], registra o documento enviado à Polícia Federal e anexado ao processo
em que foi decretada a prisão preventiva de Nestor Cerveró, ex-diretor de
Internacional da Petrobrás.
No relatório do Coaf, a movimentação financeira de 2009
da Bancoop foi classificada como suspeita. [Contas que não demonstram ser
resultado de atividades ou negócios normais, visto que utilizadas para
recebimento ou pagamento de quantias significativas sem indicação clara de
finalidade ou relação com o titular da conta ou seu negócio.]
O documento do Coaf foi feito a pedido dos
investigadores da Lava Jato e tem como alvo do monitoramento bancário Vaccari,
Cerveró e Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal. O tesoureiro do PT
foi apontado na Justiça Federal por dois delatores do processo como operador do
esquema de propina na Petrobrás, entre 2004 e 2012. Pelo menos 22 empresas,
agindo em cartel, pagavam propinas de 1 a 3 para agentes públicos e políticos
em troca de contratos bilionários, segundo a Procuradoria da República.
Vaccari teria movimentado propina via Diretoria de
Serviços. Ele e a cunhada, Marice Correa de Lima, são também investigados como
supostos recebedores de valores pagos por uma das construtoras do cartel de 22
empreiteiras alvo da Lava Jato, a mando do doleiro Alberto Youssef. O nome do
tesoureiro do PT aparece também na Lava Jato em um negócio suspeito envolvendo
membros do partido e investimentos feitos pelo fundo de pensão da Petrobrás,
Petros, em uma empresa de fachada ligada ao doleiro. (Diário do Poder)