Em meio ao embate entre o Congresso Nacional e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária sobre o prazo de resposta a pedidos de uso emergencial de imunizantes no Brasil, o governador Rui Costa elogiou a postura dos parlamentares, encabeçados pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Durante evento “Um plano B para a vacina: respostas em nível subnacional”, promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), o petista afirmou ser contrário à exigência de que re-estudo no Brasil para que se tenha autorização de uso no país.
O encontro, realizado na tarde desta quinta-feira (11), contou com a presença do conselheiro emérito da entidade, Marcos Azambuja; do conselheiro Joaquim Falcão; e do jornalista da GloboNews Fernando Gabeira. A diretora-presidente do CEBRI, Júlia Dias Leite, mediou o debate.
Na ocasião, o governador chega a se referir às exigências como “capricho da Anvisa”.
“Ninguém está disosto a ter essa despesa só pra acessar o mercado brasileiro. Pra que ter que repetir tudo no Brasil pra atender a capricho da Anvisa? Então deixa de internalizar fábricas no Brasil, conhecimento científico, acesso a materiais de maior qualidade pra saúde pública brasileira e privada a custos mais baixos por conta de capricho da Anvisa”, apontou.
Estudos de fase 3 para vacinas
Rui também comemorou a decisão da Anvisa de retirar a exigência da realização dos estudos de fase 3 no Brasil para autorização do uso emergencial de vacinas contra a Covid-19. Durante sua fala inicial, Rui desenvolveu um raciocínio sobre parcerias do estado com laboratórios internacionais logo no início da produção das vacinas, como foi o caso da Pfizer, que realizou os testes de fase 3 em parceria com as Obras Sociais Irmã Dulce. O petista afirmou que outras farmacêuticas, por outro lado, não deram continuidade aos testes aqui devido ao que chamou de “conjunto de entraves e dificuldades colocados pela Anvisa”.
Recentemente, o governo baiano se colocou à disposição de farmacêutica russa para realização de testes da Sputnik V na Bahia. A União Química, representante do imunizante no Brasil, tenta com a Anvisa autorização para dar início aos estudos. Durante o processo, a agência atualizou as orientações sobre o uso emergencial da vacina e retirou a obrigatoriedade da realização dos testes no Brasil em caso de aprovação do imunizante por agências internacionais.
“Isso não faz o menor cabimento no período de pandemia. Essa exigência não tem qualquer relevância do ponto de vista humanitário. Estamos perdendo mais de mil vidas humanas brasileiras por dia”, destacou Rui. (Estela Marques – bahia.ba).
Foto: Mateus Pereira/GOVBA