“Enquanto não tivermos vacinação, que foi atrapalhada pelo
Governo Federal, a solução é manter as medidas restritivas em toda a Bahia,
fazer esse lockdown à brasileira, para garantir que o sistema de saúde não
entre em colapso. Essas medidas já começaram a fazer efeito, as taxas de
contágio e de internação frearam um pouco, mas, hoje, ainda temos 400 pessoas
na fila da regulação para internação, com o agravante de que os hospitais
privados não têm mais vagas”, resumiu o presidente da Assembleia Legislativa da
Bahia – ALBA, deputado Adolfo Menezes, a reunião virtual, hoje (09), dos
deputados estaduais baianos com o governador Rui Costa, o prefeito Bruno Reis,
e os secretários de Saúde do Estado, Fábio Vilas Boas; e de Salvador, Léo
Prates, para tratar das ações de combate à pandemia.
O chefe do Legislativo ressaltou que o encontro “Diagnóstico e ações contra a Covid-19” foi uma conversa bastante
esclarecedora, com números que explicaram a crise sanitária na Bahia e, especialmente, em Salvador. O líder
da Oposição, deputado Sandro Régis (DEM), elogiou a iniciativa do presidente
Adolfo Menezes em promover o debate e disse que estava ali para ouvir e
entender melhor a dimensão do problema. O líder do Governo, deputado Rosemberg
Pinto (PT) reforçou a importância das medidas de isolamento social adotadas pelo
Governo, pela prefeitura de Salvador e demais prefeituras para amenizar uma
situação de grave crise, que só será resolvida pela vacinação em massa da
população.
O governador Rui Costa criticou diretamente o presidente
Jair Bolsonaro pela situação de quase colapso da saúde pública por causa da
Covid-19. “Estamos vivendo tudo isso pela incapacidade, inoperância e
incompetência do Governo Federal, que desdenhou da doença, promoveu
aglomerações e não comprou as vacinas quando devia. Não vou pregar a teoria da “farinha pouca, meu pirão primeiro”, porque temos que pensar, antes de tudo, é
na vida. Disse ao prefeito Bruno Reis que não esquente a cabeça com protestos
ou buzinaços: prefiro ouvi isso do que o choro de um pai, de uma mãe, de um
irmão ou de um neto porque perdeu seu ente querido por falta de vaga na UTI”,
disse o governador.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, disse que está abrindo o
quinto hospital de campanha em Salvador, mas que o município não tem mais o que
fazer, porque falta dinheiro. “Até o fim da semana estaremos abrindo o quinto
hospital de campanha, no Ginásio de Itapuã, mas não temos mais o que fazer além
disso. Somente com a pandemia, a Prefeitura está gastando R$ 779 milhões e não
tenho de mais onde tirar. É preciso que o Governo Federal, que pode emitir
moeda, compre vacinas, retome o auxílio emergencial e possa abrir créditos para
segurar a barra das empresas enquanto durar a pandemia”, disse o prefeito de
Salvador.
O secretário estadual de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas,
centrou fogo na política desastrada de vacinação do Governo Federal. “O Brasil
vive uma grande ilusão vacinal. Por causa dos erros cometidos pelo Governo
Federal, em agosto do ano passado, que centralizou a compra de vacinas, estamos
no final da fila para a compra de imunizantes. E sem a vacina, somente o que
podemos fazer, infelizmente, é tentar manter o isolamento, diminuir as
aglomerações e reduzir a taxa de contágio”, disse Vilas-Boas.
Já o secretário de Saúde de Salvador disse à classe política
baiana que a realidade do avanço do coronavírus na Bahia só pode ser
enfrentada, no momento, com as medidas restritivas. “Não adianta ter plano de
saúde privado, porque os hospitais privados estão mandando esses pacientes para
a rede SUS. Aumentamos o número de UTIs, mas a curva de internação subiu de
forma explosiva nos meses de janeiro e fevereiro, assim como a taxa de
contágio: de cada dois pacientes com sintomas, um testa positivo para a Covid,
segundo dados do LACEN”, explica o secretário de Saúde de Salvador, Léo Prates.
(Ascom)
Foto: Divulgação/Ascom