Suspeito de participar do esquema de propina envolvendo o Ministério da Saúde para compra de vacinas contra a Covid-19, o coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa abriu uma empresa de representação comercial de medicamentos três dias antes da reunião para fechar acordo. Ele foi convocado para depor na CPI da Covid, no Senado.
O empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse à Folha de S.Paulo que Blanco estava no encontro no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, em 25 de fevereiro.
Segundo ele, na ocasião, o então diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias pediu a propina de US$ 1 dólar por dose para que as negociações de compra da vacina avançassem. Dias foi indicado à Anvisa pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Assessor no departamento de logística do ministério na gestão de Dias na ocasião, Blanco abriu a empresa Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, em Brasília, no dia 22 de fevereiro, ou seja, três dias antes do encontro.
Entre as atividades econômicas da empresa apresentadas à Receita Federal estão as de representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e produtos de perfumaria e também de instrumentos e materiais odonto-médico-hospitalares.
Dominguetti disse à Folha que, durante a conversa, Blanco, Dias e um empresário estavam com uma agenda em que anotavam fazendo cálculos. “Só sei que eles ficavam com uma agenda anotando, fazendo cálculos, eu olhando aquilo e falei gente do céu, onde eu fui me enfiar?”, disse. (bahia.ba).
Foto: Marcos Correa/PR