A estimativa de registro de
14.670 novos casos no Brasil em 2021 (8.170 entre homens e 6.500 em mulheres)
chama a atenção para o linfoma, tipo de câncer que acomete o sistema linfático,
principal responsável pela defesa do organismo. Do total de casos estimados no
país pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), a Bahia deverá responder por
cerca de 600 ocorrências. Diante do Dia Mundial de Conscientização sobre
Linfomas – 15 de setembro, especialistas alertam para a importância do diagnóstico
precoce como principal aliado no sucesso do tratamento.
Acometendo principalmente os
linfonodos ou gânglios, também conhecidos como
ínguas, o linfoma agride o sistema linfático e pode atingir qualquer
parte do corpo, como explica a hematologista da Clínica AMO, Marianna Batista.
A especialista chama a atenção para o diagnóstico precoce: “Não há uma forma
efetiva de prevenção, mas a realização de exames médicos periódicos e de rotina
é essencial para a detecção da doença em estágio inicial, possibilitando maior
chance de sucesso no tratamento”.
Quanto aos sinais que podem
chamar a atenção e serem percebidos, a médica explica que, caso o linfoma se
desenvolva em linfonodos superficiais do pescoço e axilas, formam-se ínguas
(linfonodos inchados) indolores que podem ser percebidas pela palpação. “Já
quando acomete o tórax, pode manifestar-se por tosse persistente, falta de ar e
dor torácica. No abdome, pode haver desconforto e aumento do volume abdominal”,
diferencia a hematologista, acrescentando que outros sintomas podem estar
presentes, como febre, cansaço, suor noturno, perda de peso e coceira no corpo.
“Alguns linfomas são indolentes,
com crescimento relativamente lento, e
outros de subtipos mais agressivos, de crescimento rápido”, completa.
Riscos, sintomas e tratamento
A exposição a substâncias
químicas, como agrotóxicos, benzenos, solventes, radiação ionizante, o uso de
terapias imunossupressoras e algumas infecções virais são fatores de risco que
podem estar associados ao aparecimento de linfomas.
“Existem muitas outras doenças
que podem se manifestar por aumento dos linfonodos. Contudo, a suspeita de
linfoma torna-se mais forte quando há aumento persistente e indolor dos
linfonodos, por mais de quatro semanas, associado a febre, suores noturnos e/ou
perda de peso”, esclarece a hematologista Mariana Batista.
O diagnóstico definitivo é feito
através da biópsia do linfonodo. Uma vez confirmado, são realizados exames
laboratoriais e de imagem para avaliar a extensão da doença. A escolha do
tratamento dependerá do tipo de linfoma, da sua extensão e de características
específicas do paciente, como idade e comorbidades clínicas. “De forma geral, o
arsenal terapêutico pode envolver quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou
a associação entre as modalidades”, esclarece a especialista.
“Nos últimos anos, com o grande
avanço na terapia genética, foi possível incorporar ao tratamento desses
pacientes drogas de maior precisão, dirigidas a alvos moleculares específicos,
tornando o tratamento muito mais efetivo e com menor efeito colateral”,
ressalta.
A médica destaca ainda que o
avanço e a incorporação de novas tecnologias à área da saúde têm possibilitado
o surgimento exponencial de drogas com diferentes mecanismos de ação. “As
pesquisas apontam para um futuro promissor no combate aos linfomas”, pontua,
com entusiasmo, a hematologista Marianna Batista. (Ascom).
Foto: Divulgação/Ascom