A Braskem é
a única compradora de nafta no país e maior fornecedora da indústria química.
Segundo a companhia, que tem como sócios o grupo Odebrecht (38 ) e a própria
Petrobras (36 ), se a situação chegar ao limite, três polos petroquímicos
brasileiros podem ter de interromper a produção.
O impasse
entre as empresas começou em fevereiro de 2013, quando a Petrobrás anunciou que
iria mudar no ano seguinte as condições de um contrato assinado em 2009, com
validade de 10 anos. O acordo prevê a entrega de 7 milhões de toneladas de
nafta por ano à Braskem, um volume superior a R$ 9 bilhões, considerando as
atuais cotações da nafta e do dólar.
Naquela
época, a estatal decidiu usar a nafta de suas refinarias na composição de
gasolina e, para atender à Braskem, passou a importar o insumo. Desde então, a
Petrobrás tenta repassar à petroquímica o custo decorrente dessa importação.
A Braskem,
que afirma que isso encareceria o custo da nafta entre 5 e 7 , não aceita
pagar uma taxa adicional. O argumento da empresa é que ela está sendo onerada
por uma decisão do governo de subsidiar a gasolina no País.
Sem
conseguir chegar a um consenso, as duas empresas assinaram dois contratos
aditivos. O primeiro, em vigor até agosto de 2014, estendia as condições de
preço e entrega por mais seis meses. Já no segundo, que vale até o fim do mês,
a Petrobrás garantia a entrega de nafta, mas o preço ficou em aberto. Desde
então, a Braskem diz estar produzindo sem certeza de qual é sua margem de
lucro: continua pagando à Petrobrás o valor previsto no contrato antigo, mas,
em caso de aumento, terá de transferir a diferença retroativamente.
A reportagem
tentou entrar em contato com o escritório da Braskem na Bahia, mas os
telefonemas não foram atendidos. (Bocão News)