Bahia está em quarto lugar nas estimativas de câncer de próstata

Mais comum entre os homens,
exceto o de pele não melanoma, o câncer de próstata representa 29% dos
diagnósticos da doença entre os brasileiros. Para este ano, as estimativas do
Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam 65.840 novos casos, com um risco estimado
de 62,95/100 mil habitantes. Diante dos dados, o diagnóstico precoce continua
sendo o foco da campanha internacional Novembro Azul porque eleva para mais de
90% as chances de cura.

No cenário nacional, a Bahia
aparece em quarto lugar entre os estados com maior número de casos de câncer de
próstata em 2021, com 6.130 ocorrências, com 1.090 em Salvador. Os três
primeiros ficam com São Paulo (13.650), Rio de Janeiro (6.440) e Minas Gerais
(6.420).

A rotina de exames deve ser
iniciada entre 45 e 50 anos de idade, se o paciente não apresentar histórico
familiar, como sinaliza o oncologista Augusto Mota, coordenador do Serviço de
Urologia Oncológica da Clínica AMO. “No entanto, a recomendação de exames de
rastreamento muda para a população afrodescendente, devendo ser iniciada aos 40
anos. A orientação é sustentada por estudos que revelam mais chances de esses
homens terem o câncer precocemente e desenvolverem a forma mais grave” explica
o oncologista Augusto Mota.

Ainda sem considerar os tumores
de pele não melanoma, o câncer de próstata ocupa a primeira posição em todas as
regiões do país, com o mais alto risco estimado no Nordeste, com 72,35/100 mil;
65,29/100 mil no Centro-Oeste; 63,94/100 mil no Sudeste; 62,00/100 mil no Sul;
e 29,39/100 mil no Norte, também segundo o Inca.

O principal fator de risco é a
idade e, em cerca de 75% dos casos, a doença surge a partir dos 65 anos. Entre
outros agravantes estão história familiar, fatores genéticos hereditários,
tabagismo, excesso de gordura corporal e exposições substâncias comuns na
indústria química, mecânica e de transformação de alumínio (como as aminas
aromáticas), arsênio (usado como conservante de madeira e agrotóxico) e
derivados de petróleo.

“É importante lembrar que o
programa de rastreamento se aplica a todos os indivíduos que estejam em uma
faixa de idade de risco para desenvolver o câncer de próstata, mesmo sem
sintoma, já que, na maioria dos casos diagnosticados precocemente, a doença
quase nunca apresenta sintomas”, completa o médico.

O diagnóstico pode ser feito por
exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos. O toque retal e o exame de
sangue para avaliar a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) são os
mais usados para identificar o tumor maligno da próstata e ainda precisam ser
feitos com regularidade. “Mais recentemente foi incorporada a ressonância
magnética multiparamétrica da próstata, mas esse exame só deve ser solicitado
por um urologista depois de ter examinado o paciente”, pontua o oncologista,
acrescentando que a confirmação do câncer se dá através da biópsia.

Evolução

A próstata é uma glândula
exclusiva dos homens, localizada na pelve, logo abaixo da bexiga e na frente do
reto (última porção do intestino grosso). É um órgão pequeno, tem a forma de
uma maçã pequena e, quando normal, pesa usualmente cerca de 30 gramas. A
próstata envolve a porção inicial da uretra e produz parte do sêmen.

“Alguns dos tumores da próstata
podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos, podendo levar
à morte. A maioria, no entanto, evolui de forma lenta e silenciosa e muitos
pacientes não apresentam sintomas”, observa Augusto Mota. Quando manifestam,
são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar,
necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite, sangue na urina ou
no sêmen).

Na fase avançada da doença os
sintomas dependem de qual órgão tenha sido acometido, sendo o mais frequente a
dor óssea, já que os ossos são a região mais comum para as metástases desse
tipo de câncer.

Novembro Azul

“Tem próstata? Faça o exame”. Com
esse mote, a campanha Novembro Azul da Clínica AMO chama a atenção para o
preconceito e a vergonha de falar sobre o assunto, o que ainda ronda a
população masculina, retardando ou até negligenciando cuidados essenciais à
saúde.

Com uma linguagem direta e leve,
as mensagens alertam para a importância da detecção precoce e chamam a atenção
também para a adoção de hábitos saudáveis, com atividades físicas, equilíbrio
pessoal, saúde mental e alimentação balanceada, além da rotina de consultas e
exames com o urologista.

Durante todo o mês de novembro,
as fachadas das unidades da AMO permanecerão iluminadas com a cor azul. Haverá
live no Instagram sobre o tema e ação social para arrecadar alimentos para
entidades filantrópicas. As cabines do pedágio da Linha Verde serão plotadas e
material educativo será divulgado nas clínicas e nas redes sociais, com a
participação de médicos e pacientes.

O movimento Novembro Azul surgiu
na Austrália, em 2003, aproveitando as comemorações do Dia Mundial de Combate
ao Câncer de Próstata – 17 de novembro. (Ascom).

Foto: Divulgação/Ascom