Produtores rurais da região de Irecê tentam garantir uma boa safra de milho

Na região de Irecê, no sertão baiano, as chuvas chegaram em
volume e distribuição ideais para as lavouras. Depois de um ano amargando um
dos maiores prejuízos com a quebra de safra, os agricultores voltam a sonhar
com uma colheita farta e estão bastante otimistas com as previsões. A
expectativa é que nesse ano sejam colhidas mais de 350 mil toneladas do grão – um dos melhores resultados já obtidos. 

De acordo com um levantamento preliminar, para este ciclo
agrícola, a região destinou 120 mil hectares para o cultivo do milho, cerca de
15% a mais que o ano passado. Devido às boas condições climáticas, os
agricultores acreditam que terão uma produtividade média de 50 sacas por
hectare, o que também é um recorde para a região majoritariamente de
sequeiro. 

Everaldo Dourado, um dos produtores que apostam numa
supersafra, contou que as lavouras estão em diferentes estágios, mas com
desenvolvimento vegetativo satisfatório para o cenário atual. “Algumas áreas já
estão em fase de floração e bonecagem e o solo está bastante molhado ainda,
podendo suportar um intervalo de até 15 dias de sol. A previsão é de finalizar
o plantio nos próximos dias. Contudo, podemos dizer que já temos boa parte da
safra garantida”, comemora. 

O milho produzido em Irecê abastece o mercado baiano e de
outros estados do Nordeste, a exemplo de Pernambuco. O item é destinado para o
consumo humano e animal. Apesar do custo de produção ter se elevado, o preço da
saca acompanhou os reajustes e promete ser um bom negócio para os produtores
rurais. 

Segundo Dourado, o otimismo se dá também para outras
culturas. Após 30 anos, a região volta a produzir, ainda que timidamente, o
grão pelo qual ficou conhecida como polo produtivo: feijão. Além dele, alguns produtores
também apostaram na mamona para diversificar a cultura. 

“Como bem descreveu o escritor Euclides da Cunha, há 120
anos, o sertanejo é, antes de tudo, um forte. Essa descrição nunca esteve tão
atual. É preciso força e muito trabalho para sair de um cenário adverso e
continuar apostando na atividade. É preciso mesmo muita força para não
desistir”, disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado
da Bahia (Faeb), Humberto Miranda.  Ascom Faeb/Senar .

Foto: Divulgação