O brutal assassinato do congolês
Moïse Kabagambe, morto no último dia 24, precisa de providências urgentes,
assim como demanda um amplo debate de toda a sociedade. É o que defendem os
presidentes da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e
Refugiados (CMMIR) do Congresso Nacional, senador Paulo Paim (PT-RS), e da
Comissão de Direitos Humanos (CDH), senador Humberto Costa (PT-PE).
Pelas redes sociais, Humberto
afirmou que o “bárbaro assassinato” representa clara violação dos direitos
humanos.
“Solicito informações e
providências acerca do assassinato de Moïse Kabagambe. É urgente apurar
celeremente as circunstâncias da morte e punir de forma vigorosa os
responsáveis, como um recado claro de que as instituições não permitirão nem
sombra de impunidade em episódios dessa natureza”, disse.
Humberto informou que noticiou as
seguintes autoridades: ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson
Gustavo Torres; ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França;
coordenador-geral do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Bernardo
Laferté; procurador-geral da República, Augusto Aras; procurador-geral de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Luciano Oliveira Mattos de Souza; e o
delegado de Polícia Allan Turnowski.
Também pelas redes sociais, Paulo
Paim informou que a CMMIR fará audiência pública para tratar do assunto.
“Barbárie o que aconteceu com o
congolês Moïse Kabagambe na cidade do Rio de Janeiro. Ele foi espancado até a
morte. Os responsáveis precisam ser punidos por esse crime brutal”, expôs o
senador.
Outros senadores já haviam se
pronunciado sobre o assassinato. Paulo Rocha (PT-PA) garantiu que a bancada do
PT no Senado vai solicitar à CDH que cobre investigações rigorosas e punição
exemplar aos assassinos.
“Moïse era filho,
irmão, tinha amigos e era amado. Quem o protegia no Brasil? Quais políticas de
proteção a refugiados e imigrantes? Que políticas antirracistas existem em um
país que odeia preto?”, questionou.
as palavras da senadora Zenaide Maia (Pros-RN) ao emitir seu pesar pelo crime.
Espancamento
Kabagambe, que chegou ao Brasil
como refugiado quando tinha 11 anos, trabalhava informalmente em um quiosque na
Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Remunerado por diárias, ele foi
espancado até a morte depois de cobrar por dois dias de serviço não pagos.
Laudo do Instituto Médico Legal
(IML) apontou traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação
contundente. O corpo do congolês, de 24 anos, foi encontrado amarrado em uma
escada.
A Delegacia de Homicídios
analisou imagens de câmeras de segurança do quiosque onde o rapaz trabalhava.
Três agressores já foram identificados e detidos. (Agência Senado)
Foto: Reprodução Facebook