O diretório nacional do Cidadania, presidido por Roberto
Freire, aprovou neste sábado (19/02) a formação de uma federação partidária com
o PSDB.
Agora, o PSDB irá avaliar se aceita formar uma federação com
o Cidadania. Se isso ocorrer, os dois partidos deverão atuar em conjunto por
pelo menos quatro anos da próxima legislatura e ter um candidato único a cargos
no Executivo.
O Cidadania também considerava formar uma federação com o
PDT, que tem Ciro Gomes como pré-candidato a presidente, ou com o Podemos, que
deve lançar o ex-juiz Sergio Moro ao Planalto.
A votação no diretório nacional do Cidadania teve dois
turnos. No primeiro, foi derrotada a proposta de uma federação com o Podemos.
No segundo turno, a federação com o PSDB venceu com 56 votos, contra 47 a favor
do PDT.
O PSDB tem como pré-candidato ao Planalto o governador de
São Paulo, João Doria. Se os tucanos aprovarem a federação com o Cidadania, o
cenário mais provável é o partido liderado por Freire abrir mão da
pré-candidatura do senador Alessandro Vieira (RS) ao Planalto. As legendas têm
até o dia 31 de maio para formalizar a federação.
O PSDB tem hoje 31 deputados federais, e o Cidadania, sete.
Outros partidos também estão avaliando formar federações
partidárias, como uma entre PSOL e Rede e outra entre PT, PSB, PCdoB e PV.
O que são as federações partidárias
As federação partidárias são um novo instituto da política
brasileira e serão testadas pela primeira vez neste ano. A modalidade foi
aprovada pelo Congresso em 2021 e confirmada pelo Supremo Tribunal Federal em 9
de fevereiro.
Elas permitem que dois ou mais partidos se unam pelo prazo
mínimo de quatro anos de uma legislatura. Nesse período, os partidos mantêm a
sua autonomia operacional e financeira, mas devem ter um candidato único a
cargos no Executivo e agir juntos no Legislativo dos três níveis da federação,
e ter um mesmo estatuto e programa partidário.
As federações partidárias foram criadas como uma alternativa
de sobrevivência para os partidos pequenos, que estavam ameaçados de perder o
acesso ao fundo partidário e tempo de rádio e televisão caso não cumprissem a
regra da cláusula de desempenho. Segundo essa cláusula, partidos que não
receberem 2% dos votos nacionalmente na eleição deste ano ficam sem acesso ao
fundo partidário e tempo de rádio e televisão. (DW.Com)
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