Em Brasília, todos aguardam a lista de Janot dos políticos do petrolão

Brasília vive a grande expectativa da apresentação dos
inquéritos contra políticos delatados no esquema de corrupção da Petrobrás,
investigado sob o comando do juiz federal Sérgio Moro e com a participação
heróica de procuradores, delegados e agendas da Polícia Federal.

Apesar de todo o trabalho ter sido desenvolvido pela
força-tarefa em Curitiba, caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, cobrir-se dos louros, sob holofotes, quando apresentar seus resultados
ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Neste fim de semana, procuradores finalizam o material,
elaborado com base nas delações de pelo menos treze presos, a começar pelo
doleiro Alberto Youssef e o ex­-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo
Roberto Costa. É possível também que as delações do presidente e do
vice-presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Dalton Avancini e Eduardo Leite,
respectivamente, também sejam úteis para aumentar a lista de políticos
corruptos ou ao menor para torná-la ainda mais consistente. 

Rodrigo Janot avisou a interlocutores que pretende concluir
o trabalho para entregá-lo ao STF na próxima terça-feira (3). Se houver
necessidade, o adiamento será no máximo de um dia, para a quarta-feira (4).

As denúncias contra dois governadores no exercício do
mandato e de um conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia já
estão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme revelou na semana passada
a coluna do jornalista Claudio Humberto, do Diário do Poder.

O procurador-geral tem avisado políticos e autoridades
envolvidos de que seus nomes serão citados no documento a ser entregue ao STF.
Janot prefere que essas autoridades saibam por seu intermédio e não por
vazamentos publicados na imprensa. Considera isso um [gesto instituciona] que
valoriza.

Na quarta-feira (25) à noite, ele esteve com o ministro José
Eduardo Cardozo (Justiça) e na quinta (26) com o vice-presidente Michel Temer,
mas há informações de que mais cedo ele esteve com a presidente Dilma Rousseff.
Fontes da PGR afirmam que essas pessoas foram visitadas não por necessariamente
terem sido citadas nas investigações, mas para que tomem conhecimento prévio
dos fatos em razão da posição que ocupam.

As expectativas giram em torno de uma lista de cerca de 43
nomes, mas esse número pode ter aumentado nas últimas semanas. Somente Paulo
Roberto Costa, em seus depoimentos sob delação premiada, entregou 28 políticos.
(Diário do Poder)

(Foto: abr)