Em uma sessão do Conselho
Superior da Procuradoria-Geral da República (PGR) realizada na tarde desta
terça-feira, o procurador-geral Augusto Aras bateu boca com um colega e chegou
a se levantar e partir para cima do colega. Subprocuradores-gerais da República
que participavam da sessão correram para intervir e impedir que fossem às vias
de fato.
Aras presidia a sessão e discutia
a eleição de membros para as Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério
Público Federal, órgãos responsáveis pela orientação de áreas como combate à
corrupção e direitos indígenas, dentre outras. Um dos colegas, o
subprocurador-geral da República Nívio de Freitas, discordou das regras
apresentadas por Aras para o método da eleição e discutiu com ele.
– Eu gostaria que Vossa
Excelência respeitasse a direção dos trabalhos. Conselheiro Nicolao está
falando e eu estou ouvindo. Respeite a direção dos trabalhos – afirmou Aras,
interrompendo o colega e apontando o dedo em sua direção.
O subprocurador-geral da
República Nicolao Dino pede a palavra para opinar, mas Aras comenta:
– Pode, eu só não posso admitir
aqui essa bagunça que o colega…
Nívio, então, interrompe Aras:
– Bagunça mas Vossa Excelência
também interferiu quando o colega estava falando. Então se Vossa Excelência
quer respeito, me respeite também.
Neste momento, Aras se irrita e
rebate novamente Nívio.
– Vossa Excelência não é digno de
respeito. Vossa Excelência não é digno de respeito – afirmou Aras.
Neste momento, o procurador-geral
da República se levanta da sua cadeira e se dirige à direção de Nívio de
Freitas. A câmera do MPF interrompe a transmissão do vídeo, mas é possível
ouvir ao fundo a voz do subprocurador tentando afastar Aras de perto:
– Não chegue perto de mim – afirmou.
Outros integrantes da sessão
correm para separar os dois. Os membros lamentam a cena e, em pouco tempo, a
sessão é retomada.
Mais adiante, a subprocuradora
Lindôra Araújo, que é aliada de Aras, chega a dizer que não havia “necessidade
de violência” na sessão.
– Eu acho que pode haver essa
abertura sem nenhum questionamento maior nem necessidade de violência quase.
Estamos aqui tentando resolver a escolha de membros e de colegas pra passar
dois anos e da melhor maneira possível – afirmou. (Aguirre Talento / Extra).
Foto: Divulgação/Extra