Rosa envia à PGR pedido de apuração de suposta corrupção de senadores com emendas

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para a Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação sobre as condutas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do ex-presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e do senador Marcos do Val (Podemos-ES). A notícia-crime apresentada pelo senador Alessandro Vieira aponta suposto crime de corrupção passiva envolvendo emendas do chamado ?orçamento secreto?.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, do Val afirmou que ganhou o direito de indicar R$ 50 milhões em emendas de relator como gratidão por ter apoiado a campanha de Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado.

Na mesma entrevista, o senador disse ter sido informado da verba por Alcolumbre, que era o então presidente do Senado e que teria articulado a campanha de seu sucessor. Segundo do Val, os recursos seriam uma forma de ?gratidão?.

Logo após a publicação, Marcos do Val disse ter sido “mal interpretado”. Ele declarou que não houve negociação de emendas em troca de votos para Pacheco. O senador afirmou que, ao usar a palavra “gratidão” na entrevista, quis se referir à possibilidade de assumir a presidência da Comissão de Transparência do Senado, e não ao recebimento de emendas.

Em despacho, Rosa pede uma manifestação da PGR antes que possa eventualmente decidir sobre o caso. A decisão da ministra é praxe nesse tipo de caso. Cabe à PGR avaliar se há elementos para abrir uma investigação formal contra os senadores.

O processo foi distribuído ao ministro Nunes Marques, que está de férias neste mês durante o recesso. Por isso, cabe a Rosa Weber, que está de plantão na presidência até sexta (15), decidir sobre o caso. (bahia.ba).

Foto: José Cruz /Agencia Brasil