Lula faz ‘mea culpa’ de erros do governo Dilma, mas critica dupla Cunha-Aécio

O ex-presidente Lula (PT) foi o
terceiro entrevistado na série de sabatinas do Jornal Nacional, da TV Globo. As
notícias de bastidores geraram a expectativa da volta do “Lulinha paz e amor”.
Este, no entanto, não compareceu à entrevista.

O Lula que esteve presente, de
rosto vermelho, mostrou certo nervosismo e uma pitada de ressentimento com a
emissora, mas se saiu bem nas respostas.

A maior parte das perguntas, e
também das respostas, foram mais focadas no passado do que no futuro.
Questionado sobre corrupção e pressionado para assumir que houve casos nos
governos em que presidia o Brasil, Lula manteve o foco em ressaltar a criação
de órgãos de fiscalização durante as gestões petistas. Sérgio Moro, apesar do
esforço para aparecer ao longo do dia, sequer foi citado pelo petista.

Ao tratar do tema da corrupção,
Lula cutucou a emissora e a imprensa de forma geral, dizendo que, no Brasil,
pessoas foram condenadas por manchetes de jornal. Contrário à tendência
bolsonarista de se irritar com mulher, o petista parecia mais calmo quando
respondia às perguntas de Renata Vasconcellos que de Willian Bonner.

O ex-presidente não mostrou
tranquilidade, mas moderação. Citou os feitos da economia como forma de tentar
provar que tem capacidade de recuperar o Brasil diante da situação atual.
Evitou falar sobre indicações baseadas em lista tríplice e recorreu, novamente,
ao passado, lembrando que fez outras escolhas com base nos três nomes
indicados.

Criticado com frequência por
esconder Dilma Rousseff, sucessora escolhida por ele, Lula exaltou a
ex-presidente, em especial pela gestão feita na Casa Civil quando ele era o
presidente. Fez “mea-culpa” por erros econômicos de Dilma, mas imputou
responsabilidade também ao ex-deputado Eduardo Cunha e a Aécio Neves.

Quem também ganhou elogios foi
Geraldo Alckmin: Lula negou que ainda haja resistência a ele dentro do PT.

Lula aproveitou também o espaço
para fazer críticas duras a Jair Bolsonaro, diretas e indiretas. De forma
sutil, citou o educador Paulo Freire. De forma bem menos sutil, disse que o
atual presidente parece um “bobo da corte” e declarou que Bolsonaro não manda
no país, porque quem detém o poder sob o orçamento secreto é o presidente da
Câmara, Arthur Lira.

O petista não foi questionado
sobre fome, apenas sobre o papel do MST em um eventual governo. Ainda assim,
cavou espaço para citar a “picanha e a cervejinha”, argumento repetido desde o
princípio da pré-campanha. (Yahoo Noticias/Redação). 

Foto: Reprodução/TV Globo