PMDB se faz de bom moço e defende redução de ministérios

Líder do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ),
disse nesta quinta-feira, 19, que o pacote anticorrupção apresentado pela
presidente Dilma Rousseff não será a prioridade da bancada, que é a maior da
Casa. [A prioridade total do PMDB neste momento é votar o ajuste econômico,
debater e chegar a uma conclusão de qual é a medida, a régua necessária para o
ajuste], afirmou o peemedebista.

Questionado sobre a agenda prioritária do partido na Câmara,
ele afirmou que pretende colocar em votação na terça-feira a PEC que reduz o
número de 39 para 25 o número de ministérios. [É um exagero ter 39 ministérios.
Cortar seria uma demonstração clara e inequívoca do compromisso do governo],
afirmou.

A iniciativa de Picciani ocorre um dia após o ex-ministro da
Educação Cid Gomes deixar o cargo depois de discutir com deputados na Câmara e
chamar o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de [achacador]. Nesta
quinta, contudo, a presidente Dilma afirmou que o episódio foi pontual e que
não vai realizar reforma ministerial. [Não tem reforma ministerial. Não adianta
vocês (imprensa) botarem que tem reforma ministerial porque não tem. Não vou
fazer], disse.

O líder do PMDB, por sua vez, argumenta que já existem leis
que punem a corrupção e não se arrisca a prever um prazo para que sejam votadas
as medidas enviadas pelo Palácio do Planalto como resposta às manifestações do
dia 15 de março.

[A vida não para a fim de que se investigue a corrupção. Ela
tem de ser investigada no dia a dia. Acho que nós já temos leis anticorrupção
no País, tanto é que já temos pessoas sendo punidas, respondendo a processo e
presas por corrupção], pontuou o peemedebista, que participou na manhã desta
quinta de uma reunião com os deputados da sigla.

Para Picciani, o pacote anticorrupção deveria ter sido
discutido [previamente] com os partidos da coalizão governista, da qual o PMDB
faz parte, antes de ser enviado ao Congresso. [Podia chegar um texto mais
redondo. Como isso não foi feito, essa discussão se dará a partir de agora.
Isso requer tempo e paciência]. Dos cinco pontos do pacote apresentado nessa
quarta, o único que pode trancar a pauta é o projeto que exige ficha limpa para
servidores públicos, que chegou com pedido de urgência. (AE)

Foto-André-Dusek-Estadão