Cuidar da própria saúde. Esse foi
o compromisso que deu início ao dia de Márcia, Luciana e Rosana. Elas estão
entre as 60 mulheres beneficiadas por mais uma ação da Campanha Outubro Rosa.
Na manhã deste sábado (15), o atendimento gratuito incluiu triagem com a enfermagem,
consulta e exame clínico com mastologista, além de mamografia – indicada a
partir dos 40 anos para o rastreamento do câncer de mama. Com o laudo em mãos
logo após o exame, pacientes com achados suspeitos para malignidade tiveram a
investigação aprofundada na própria ação, passando por ultrassonografia e
punção para biópsia.
Engajados na campanha, os
mastologistas Ezio Novais, Marcos Nolasco e Sérgio Calmon dedicaram a manhã de
sábado aos atendimentos gratuitos na AMO (Rio Vermelho e Barra) e SIM – Serviços Integrados em Medicina (Liberdade). As mulheres foram indicadas por
projetos sociais, como a Hora da Criança e Ilê Aiyê. Também foram contempladas
moradoras de comunidades próximas às clínicas e profissionais de salões de
beleza.
Na maioria dos casos, o tumor
maligno da mama é assintomático na fase inicial. Alguns têm evolução rápida e,
em outros, o tempo entre a primeira divisão celular e o momento em que se torna
palpável pode ser de até 10 anos. “Esse dado explica a importância da mamografia
no rastreamento, pois é capaz de detectar o câncer na fase pré-clínica, antes
de o tumor ser perceptível no exame físico ou no auto-exame. É o verdadeiro
diagnóstico precoce do câncer de mama”, explica o mastologista Ezio Novais,
ex-presidente da Sociedade Mundial de Mastologia.
O mastologista Marcos Nolasco,
presidente da Regional Bahia da Sociedade Brasileira de Mastologia, reafirma a
importância das ações em prol do diagnóstico precoce, o que eleva as chances de
cura para mais de 90%, reduz os custos e o tamanho do tratamento, que se torna
menos mutilante. “Com a pandemia, muitas mulheres deixaram de fazer o
acompanhamento anual. Além de oferecermos a mamografia, na avaliação clínica
podemos reforçar a importância da prevenção primária, com adoção de hábitos de
vida e alimentação saudáveis e combate ao sedentarismo”, completa.
Experiências
A atendente Márcia Damasceno
Silva, 46 anos, [com foto] foi a primeira a chegar à clínica no Rio Vermelho
para fazer a mamografia pela primeira vez. Ansiosa na chegada, saiu aliviada
com o laudo e as orientações que recebeu na consulta com o mastologista. “Tudo
normal, sem alterações”, comemorou ela, que não tem histórico familiar de
câncer, mas sabe que é importante manter hábitos saudáveis e fazer
acompanhamento médico. “Foi uma super oportunidade. Fui muito bem atendida e
acolhida. Vou seguir as orientações para manter os exames em dia e incentivar
outras mulheres. Não dói e é muito importante”, observou.
A auxiliar de classe Luciana
Rodrigues dos Santos, 44 anos, [com foto] fez mamografia em 2018 e neste sábado
confirmou que está tudo bem com a saúde das mamas. “Por ter histórico de câncer
na família, fiz antes dos 40 anos. Depois, tentei em outros mutirões de
campanha e nada. Hoje, tive um excelente atendimento e um resultado
maravilhoso”, disse.
A pandemia, a correria e a falta
de oportunidade foram motivos para a dona de casa Rosana Cristina Santos, 49
anos, [com foto] adiar os exames. A última mamografia foi há cinco anos, mas
ela garante que isso não vai mais acontecer, até porque conhece uma pessoa que
descobriu um câncer de mama avançado, precisou fazer mastectomia e ainda
enfrenta uma batalha árdua. “Tô super feliz com o resultado de hoje, sem
alterações nas mamas. Eu ficava esperando as campanhas, não conseguia e
desistia, mas agora sei que a mamografia deve ser feita mesmo fora da
campanha”, completou.
Laudos precisos
Os médicos radiologistas Maria
Cecília Gnoatto e Silvio Suguino [foto] emitiram laudos das mamografias
imediatamente após os exames realizados na unidade AMO no Rio Vermelho. Os
especialistas destacaram o diferencial da ação, com avaliação completa em prol
do diagnóstico de lesões não palpáveis, grande aliado para o tratamento e cura
do câncer de mama.
“A mamografia é o principal exame
no rastreio, mas outros, como a ultrassonografia, têm sua importância em casos
especiais, como pacientes com mamas densas, por exemplo, ou histórico familiar.
Por isso, é tão importante a avaliação com o especialista, que vai dar as
orientações e conduzir a investigação mais adequada a cada caso”, diz a médica.
“O controle da qualidade e calibragem
dos equipamentos, especificamente os mamógrafos, é um ganho para a promoção e o
cuidado com a saúde”, pontua o radiologista Silvio Suguino, reafirmando a
responsabilidade das instituições de garantirem essa qualidade no atendimento,
o que faz toda a diferença na conduta do tratamento. (Ascom).
Foto: Divulgação/Ascom