O ex-deputado federal João Paulo Cunha, condenado a 6 anos e
4 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no escândalo do mensalão,
afirmou ao jornal O Globo que deixará a política e tentará carreira como poeta.
No próximo dia 7 de maio, Cunha lançará seu primeiro livro
?Quatro e outras lembranças?, uma coletânea de poemas que escreveu enquanto
estava cumprindo a fase inicial de sua pena na Penitenciária da Papuda. Hoje, Cunha
cumpre regime aberto e trabalha em um escritório de advocacia em Brasília.
Segundo Cunha, a referência ao número quatro toma como base
o dia em que ele foi preso: 4 de fevereiro do ano passado.
[Aprendeu a ser só/ acostumou com o vazio/ desconheceu o
mundo que abandonou tão cedo/ a direção da rua não lhe dizia nada por muito
tempo/ se olhar para a parede de sua cela/ era para as mulheres nuas(?) /não
conheceu o Céu, mas não gostou do Inferno], descreve o petista em um trecho de
seu livro.
À reportagem de O Globo, Cunha afirma que o ambiente da
prisão é [muito tenso]. [O ambiente na prisão é muito tenso. Se você não
relaxar, vive em permanente tensão. É preciso muita calma e paciência], afirmou
Cunha ao periódico carioca.
Ao jornal O Globo, Cunha disse que não voltará a disputar
uma eleição mas endossou o coro do ex-presidente Lula e do próprio PT de que a
legenda é alvo de uma [campanha pela sua extinção]. [Há uma campanha para o
fim, para a extinção do PT. Foi um partido guardião de valores. Não vai acabar
assim. Quem se preocupava com os sem-terra, com os sem-teto, com os
desvalidos?! Sempre foi o PT], analisou Cunha. (Congresso em Foco)