O presidente Adolfo Menezes (PSD)
retomou o tradicional almoço de confraternização com os jornalistas
credenciados junto ao Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa, quando é
feito um balanço dos trabalhos realizados durante o ano em longa entrevista aos
32 profissionais presentes. A necessidade de isolamento social por conta do
combate a Covid-19 forçou a suspensão dessa tradição nos dois últimos anos.
O encontro do presidente com o
pessoal da imprensa aconteceu no Salão Nobre da ALBA e foi marcado pela
franqueza com que foram abordados temas políticos, além dos dados referentes à
produtividade da Assembleia em 2022 e das conversas relacionadas à apreciação
de alguns projetos pendentes ? como a reforma administrativa encaminhada no
final de semana pelo governador Rui Costa, adequando a máquina administrativa
estatal à futura gestão do governador eleito, Jerônimo Rodrigues, por sua vez
focada em alterações que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, fará
no Planalto.
O deputado Adolfo Menezes
considerou como “positivo” o saldo legislativo de 2022, ano eleitoral em que
tradicionalmente há dificuldade para obtenção do quórum de votação, mas ainda
assim acredita que a legislatura será encerrada com a votação de todas as
matérias em pauta, frisando que a correlação de forças atual impõe um desafio à
liderança da maioria para a obtenção de acordo para a apreciação de matérias
não polêmicas. Para ele, as lideranças populares da ALBA são maduras e sabem
pesar a importância para a Bahia e para os baianos dos projetos em apreciação,
sem sectarismo.
AUSTERIDADE
Ele admitiu a necessidade de uma suplementação
orçamentária, ressaltando que a sua gestão primou pela austeridade
administrativa, sendo o déficit fruto da crônica estrutura de construção do
orçamento anual ? sempre levando em consideração a proposta orçamentária do ano
anterior, desconsiderando o efetivamente realizado. Portanto, o orçamento da
Assembleia de 2022 iniciou o exercício com déficit superior a 40 milhões, a que
se acresce o reajuste geral do funcionalismo de 4%, bem como o cumprimento de
acordo trabalhista no Judiciário que impacta na folha anual e insistiu que não
fez gastos que não os obrigatórios para a manutenção do Poder.
Ele elogiou a indicação do
governador Rui Costa, a quem classificou de ?um grande gestor?, para o futuro
Ministério, aplaudiu a indicação da também baiana Margareth Menezes para a
pasta da Cultura e louvou ainda o trabalho de secretários como Marcos
Cavalcanti, Etelvino Goés e André Curvello ? apontados pela mídia como futuros
integrantes da máquina federal. O presidente da ALBA também tratou da sua virtual
eleição em 1º de fevereiro e minimizou a existência de qualquer rusga com a
correligionária Ivana Bastos, que chegou a pleitear a presidência: “A deputada
Ivana é uma grande parlamentar, como bem demonstra a sua votação, sendo
legítima a sua postulação”. Adolfo, porém, teve o nome lembrado
suprapartidariamente por muitos colegas deputados e a candidatura ocorreu
naturalmente, continuando o partido unido sob a batuta do senador Otto Alencar
de quem muito elogiou a capacidade e espírito público.
Ele ainda informou que a
Assembleia votará antes do recesso uma lei fixando em R$ 34 mil os vencimentos
do governador, que hoje percebe menos que alguns milhares de funcionários
públicos. Adolfo Menezes criticou o valor do chamado orçamento secreto do
Governo Federal, que em muito excederia os valores das emendas impositivas dos
deputados federais e senadores para obras ou serviços. Quanto a essas emendas – que são legais – considera que o Executivo estadual deve acatá-las sem
discriminar os deputados da oposição e criticou o valor praticado aqui
atualmente, pois não possibilita a realização de obras capazes de atender as
bases dos parlamentares. (Agencia Alba).
Foto: NeusaCostaMenezes/AgênciaALBA