Cinco empresas de alguma maneira envolvidas na Operação Lava
Jato já somam R$ 15 bilhões em reestruturação de dívidas. Recorreram à
recuperação judicial, até agora, as construtoras OAS, com dívida de R$ 8
bilhões, Galvão Engenharia (R$ 1,6 bilhão) e Alumini Engenharia (R$ 1 bilhão) e
as fornecedoras de equipamentos Iesa (R$ 3,5 bilhões), do grupo Inepar, e
Jaraguá Equipamentos (R$ 700 milhões). A expectativa é que, em breve, a Schahin
Óleo e Gás, com dívida de US$ 4,5 bilhões, também peça recuperação judicial.
A lista não deve parar de aumentar tão cedo, segundo
especialistas, porque a tendência é se alastrar para outros grupos, como
estaleiros e até redes de postos de gasolina. Uma das razões é o fato de o
mercado de crédito ter se fechado ou encareceu abruptamente para as empresas
ligadas às investigações.
Omo no caso da OAS, na recuperação da Galvão a venda de
ativos pode ser uma saída. A empresa tem concessões de rodovias e saneamento
que interessam a investidores.
O advogado especialista Thomas Felsberg, que está à frente
da recuperação da Iesa, afirmou ao jornal O Estado de S, Paulo que há uma
dificuldade extra no caso de recuperação de empresas envolvidas na Lava Jato:
as multas em função das denúncias de corrupção ou cartel, que, dependendo do
valor, pode inviabilizar a recuperação.
Troca de e-mails prova que Queiroz Galvão pagou propina
Uma das provas mais robustas obtidas na Operação Lava Jato
mostra que a empreiteira Queiroz Galvão pagou na campanha de 2010 propinas de
R$ 7,5 milhões, na forma de doações eleitorais, , em troca de contratos na
Petrobrás. O conjunto de provas é uma troca de e-mails entre o doleiro Alberto
Youssef e um dirigente da empreiteira, Othon Zanoide de Moraes Filho, que
chegou a ser preso por cinco dias, após a sétima fase da Operação Lava Jato,
deflagrada em 14 de novembro.
Youassef afirmou, em depoimento sob delação premiada, que as
propinas foram pagas a candidatos do PP, entre eles Mário Negromonte (PP-BA),
ex-ministro de Cidades do governo Dilma, e o senador Valdir Raup (RO),
presidenter nacional em exercício do PMDB.
O depoimento de Youssef foi feito à Justiça em 11 de
fevereiro passado. [Todos os valores repassados são provenientes de vantagens
indevidas decorrentes do esquema existente na Petrobrás], afirmou o doleiro à
força-tarefa da Operação Lava Jato. (Diário do Poder)