Jerônimo Rodrigues toma posse na alba em sessão marcada pela emoção

Jerônimo Rodrigues foi empossado
no cargo de governador da Bahia pelo presidente da Assembleia Legislativa,
deputado Adolfo Menezes, exatamente às 10h40. Foi aplaudido de pé pelas
autoridades que lotaram o plenário. Eleito para governar durante o próximo
quatriênio, ele estava emocionado. Três minutos depois, seu companheiro de
chapa na vitoriosa campanha eleitoral do ano passado, Geraldo Júnior – igualmente sob aplausos – foi declarado vice-governador da Bahia, na concorrida
sessão especial e solene de posse do Legislativo.

Os trabalhos no plenário foram
abertos pouco depois das 8h, pelo presidente Adolfo Menezes, com a constituição
da Mesa de Honra da sessão. Em seguida, ele formou uma comissão suprapartidária
para conduzir os empossandos e suas esposas, Tatiana Velloso Adriana Rangel,
respectivamente, ao plenário onde foram recebidos por longo e efusivo aplauso.
Carregada de simbolismo e emoção, a cerimônia foi prestigiada por elevadas
autoridades civis e militares, que interromperam várias vezes, com palmas, o
discurso de posse e a saudação do deputado Adolfo Menezes.

No primeiro pronunciamento de
Jerônimo Rodrigues como governador, ele agradeceu a Assembleia e aos baianos o
apoio recebido, ao tempo em que fez um chamamento à concórdia política e união
de todos em prol “da nossa terra e da nossa gente”. Disse que agora “não se
trata mais dos quatro milhões de eleitores que o apoiaram, mas de 15 milhões de
baianos”, pois exercerá o governo em benefício de todos.

O novo governador elencou
prioridades e também agradeceu aos partidos e a líderes, a exemplo do senador
Jaques Wagner (com quem tudo começou), do seu antecessor na Chefia do
Executivo, Rui Costa, e do senador Otto Alencar, a quem chamou carinhosamente
de “professor”. No final de sua fala, quebrou o protocolo e chamou para ficar
ao seu lado, na tribuna, a esposa, o filho João Gabriel e outros familiares ?
inclusive a bebezinha Maria Flôr ? e o senador Jaques Wagner com a esposa,
Fátima Mendonça. Foi o momento de maior emoção do discurso de posse.

RITUAL DO PLENÁRIO

A sessão especial e solene durou
menos de duas horas. Os trabalhos se iniciaram com a execução do Hino Nacional
pela Banda Maestro Wanderley da PM, seguida da fala do deputado Adolfo Menezes,
que agradeceu o privilégio de presidir o ato de posse ?a Deus e a seus pares?.
Ele elogiou a atividade política com uma citação do estadista inglês, Winston
Churchill: “A política é a habilidade de prever o que acontecerá amanhã, na
próxima semana e no ano que vem. E a habilidade de explicar depois por que nada
daquilo aconteceu”.

Porém, acrescentou que, “na
Bahia, as previsões têm se confirmado, dando continuidade ao ciclo virtuoso de
progresso, justiça social e democracia, implantado após a eleição do senador
Jaques Wagner em 2006. Graças a homens que se mantiveram honestos, mas,
sobretudo, que se mantiveram inspirados a cuidar de gente. Pessoas que se
colocam no lugar do outro que nada tem ou que nada possui”. E arrematou: “Muito
disso acontece pelo feitio dos homens como Wagner, Otto Alencar, Rui Costa e
agora Jerônimo Rodrigues”.

FAMÍLIA

O governador teve o pronunciamento
interrompido 12 vezes por aplausos e a emoção embargou-lhe a voz quando falava
da família, do exemplo que deixará para o filho João Gabriel: “Respeitar o
próximo, responsabilidade e apreço pelo trabalho”. Ele citou a sua origem no
distrito de Palmeira, em Aiquara, no sertão, ?filho de Ziza, um vaqueiro, e de
dona Maria, costureira?, para registrar que tanto ele próprio como as irmãs
precisaram migrar para centros maiores, com a finalidade de estudar. E
aproveitou para fazer um libelo em favor da educação pública – a cursada por
todos eles.

Já o presidente da ALBA demarcou
prioridades como o combate à fome, maior inclusão social, fazer obras exigidas
pela infraestrutura estadual (como a ponte Salvador-Itaparica), o trabalho de
planejamento com a participação dos movimentos sociais, cuidados com meio
ambiente, combate ao tráfico e ao crime organizado (com respeito aos Direitos
Humanos) e a parceria com o empresariado para a geração de riqueza, emprego e
renda. Elogiou as gestões de Wagner e Rui Costa, bem como o retorno de Luiz
Inácio Lula da Silva à presidência da República – “e a era nova, era
democrática, inclusiva, que se inicia no Brasil”.

Após a sessão, o governador
Jerônimo Rodrigues passou em revista a tropa da PM que desfilou em sua homenagem,
recebeu cumprimentos na rampa de acesso ao Palácio Deputado Luís Eduardo
Magalhães e fez um pronunciamento a imprensa. Tudo rápido para não atrasar a
ida da cúpula política baiana ao ato de posse de Lula na Presidência da
República. O último ato da manhã foi a transmissão do cargo, que ocorreu numa
tenda armada na área verde frontal à Assembleia, cerimônia em que o futuro
chefe da Casa Civil do Governo Federal, o agora ex-governador Rui Costa, se
emocionou fortemente. (Agencia Alba).

Foto: Paulo Mocofaya/Alba