O interventor
federal Ricardo Cappelli afirmou que o ex-secretário de Segurança Pública do
Distrito Federal (DF) e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson
Torres, exonerado após os atos golpistas
do último domingo (8/1), não deveria estar de férias. “Viajou,
inclusive sem estar de férias”, destacou Cappelli.
Segundo ele, “as
férias de Torres, publicadas no Diário Oficial, valiam a partir do
dia 9. Então, no dia 8, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal
ainda era o senhor Anderson Torres”, disse o interventor durante entrevista
coletiva, nesta quarta-feira (11).
Torres embarcou com
a família para Orlando, nos Estados Unidos, na véspera das invasões em Brasília
e teve sua prisão
decretada ontem pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes, por omissão nos ataques e depredação a prédios dos Três
Poderes. Em suas redes sociais, ele afirmou que interromperia as férias e
voltaria ao Brasil para se entregar à Justiça. No entanto, a Polícia Federal
afirmou que ainda não tem informações sobre o retorno do ex-secretário.
Cappelli voltou a
colocar em questão a viagem de Torres, depois de ter realizado a troca de
agentes experientes. “É muito estranho que o secretário de Segurança Pública do
Distrito Federal assuma a sua função no dia 2, exonere e troque todo o comando,
quase todo o comando da secretaria, viaje, e alguns dias depois aconteça o que
aconteceu aqui em Brasília. Isso é coincidência?”, enfatizou.
Na ocasião, o
interventor federal aproveitou para reforçar que tem “plena
confiança” nas forças de segurança do DF e que o ocorrido
no domingo foi ocasionado por uma falha no comando. “Temos o total apoio do
efetivo, das corporações e dos homens de segurança, que têm compromisso com a
República e com o Estado Democrático de Direito.”
Gonçalves ? Correio Brasiliense).
Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)