O relator da CPI da Petrobras, o deputado Luiz Sérgio
(PT-RJ), considerou precipitada a possibilidade da comissão convocar o
tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o ex-diretor da estatal Renato Duque e seu
subordinado, Pedro Barusco, para uma acareação. O pedido de acareação deve ser
encaminhado pelos parlamentares da oposição, uma vez que Vaccari, Duque e
Barusco são apontados como operadores do esquema que supostamente teria
beneficiado o PT.
[Decidir por um processo de acareação em que nós sequer
ouvimos ainda aquele que era o banco central da corrupção, que era o (doleiro
Alberto) Youssef, eu acho precipitado], disse Luiz Sérgio.
Após depoimento de sete horas de Vaccari, o relator
considerou [positiva] a decisão do tesoureiro falar aos parlamentares mesmo com
a garantia de uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que o permitia
ficar calado. Para Luiz Sérgio, Vaccari decidiu falar [para não deixar
perguntas sem respostas].
O petista voltou a cobrar que outros citados na Operação
Lava Jato sejam ouvidos pela CPI. [Não podemos transformar a CPI da Petrobras
em uma CPI que se ouve apenas diretores da Petrobras e membros do PT. Esse é um
processo mais amplo. O PT não é o partido que tem mais parlamentares citados
neste escândalo], enfatizou. Em sua avaliação, teria sido melhor se os
empresários tivessem sido ouvidos antes dos citados na investigação da Polícia
Federal.
Assim como Vaccari, o relator também desqualificou a delação
premiada de Youssef por considerar que ele já mentiu em outras ocasiões e que
poderia estar faltando com a verdade mais uma vez. [Como houve uma mentira,
pode haver outras mentiras], concluiu. (Diário do Poder)
(FOTO: MARCELO CAMARGO/ABR)