Nesta quarta, Menezes confirma ‘poder de articulação’ e retorna ao posto de presidente

Passadas as eleições e meio que numa jogada de xadrez, estilo xeque mate, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), Adolfo Menezes (PSD), se pavimentou de forma mais do que ágil para garantir a reeleição ao cargo que possuí. Entrou numa espécie de ´choque´ com sua própria correligionária, a pessedista Ivana Bastos, que por ter sido a mais votada do parlamento se sentiu no direito de disputar a cadeira e ser a primeira mulher a comandar o parlamento estadual, mas até Bastos e toda cúpula do PSD conseguiu trazer para o seu lado.

Após diálogo, Bastos afirmou que o PSD é um partido que toma decisões de forma coletiva e em prol do desenvolvimento do estado. “Nós do PSD temos um único posicionamento: o que for melhor para a Bahia. Ouvimos todos e decidimos apoiar a reeleição de Adolfo, que muito nos honra na Assembleia Legislativa”, destacou. Na ocasião, Menezes teve o apoio formal dos deputados estaduais eleitos e reeleitos Eduardo Alencar, Ricardo Rodrigues, Cláudia Oliveira, Cafu Barreto, Ângelo Coronel Filho e Eures Ribeiro, além do senador Otto Alencar, que o cacifou para o posto, deixando claro que a partir dali teria todo seu  “poder de coesão, união”.

A largada, no entanto, foi dada, curiosamente, pelo grupo oposição que cresceu nesse pleito de forma substancial e, capitaneado ainda pelo deputado estadual, Sandro Régis (União Brasil), no dia 31 de outubro, um dia após o resultado das eleições, apenas argumentou que o comandante da Casa para eles era “o mais competente”.

Assim como a oposição, o Partido dos Trabalhadores, do Partido Verde e o PCdoB, com 17 deputados, bateram o martelo em prol da recondução de Adolfo à Presidência da Assembleia. O presidente do PT Éden Valadares, inclusive, fez questão de selar o apoio a ele , alinhando-se aos demais partidos da base do governador Rui Costa na ocasião e ao então futuro governador Jerônimo Rodrigues, num manifesto de respaldo de todos [Rui e Jerônimo] ao processo de reeleição.

“Encerramos um ciclo de debates aqui na Casa, onde o PT se soma ao PV e ao PCdoB. Com 17 deputados, Reconhecemos a sua dedicação nesses dois anos, o diálogo com o Governo do Estado e a sua forma firme de trabalhar com os seus colegas parlamentares”, declarou o líder do PT na Alba, Deputado Osni Cardoso, durante o ato de aprovação.

E esse rol de apoiadores garantidos só foi crescendo. Na relação, teve bancada do PP, conforme publicado pelo bahia.ba, Larte do Vando (PSC), Samuel Júnior (Republicanos), Jurailton Santos (Republicanos), Manuel Rocha (União Brasil), Vitor Azevedo (PL), José de Arimateia (Republicanos), Emerson Penalva (PDT), Alex da Piatã (PSD) e daí por diante, o que pode-se dizer que na próxima quarta-feira (1º), às 14h30, numa sessão preparatória da 20ª Legislatura, não apenas os 63 deputados estaduais eleitos em outubro serão empossados, como também o novo presidente, que confirma “poder de articulação” e retorna ao posto sem nenhuma surpresa de forma consensual.

Todo rito será cumprido. No dia, será convocada uma segunda sessão preparatória para a eleição da Mesa Diretora para o biênio 2023/2025. A votação é secreta para os nove cargos sejam formalizadas. Uma chapa está sendo negociada pelas lideranças partidárias, observando a proporcionalidade das legendas na nova composição do Parlamento, mas qualquer deputado poderá se lançar de forma avulsa até o início do processo de votação.

A votação é feita por chamada nominal e cada deputado encontrará, na cabine, cédulas rubricadas pelos integrantes da mesa dos trabalhos com os nomes dos candidatos, sendo as preferências assinaladas pelos votantes. Encerrado o processo, uma comissão suprapartidária fará a contagem dos votos e o resultado será proclamado pelo presidente dos trabalhos, que cede o lugar na mesa para o presidente eleito que fará seu discurso de posse. Antes de encerrar os trabalhos, ele convocará uma sessão solene para a reabertura dos trabalhos legislativos, que ocorrerá no dia 3 de fevereiro, às 9h, quando o governador Jerônimo Rodrigues lerá a sua primeira mensagem anual ao Parlamento. (Fernanda Chagas-bahia.ba).

Foto: Luiza Lopes/bahia.ba