Economistas publicam carta contestando taxa de juros básicos em 13,75%

Um grupo de 10 economistas publicou carta nesta segunda-feira (13) endossando as críticas do governo federal quanto a manutenção da taxa de juros básicos da economia em 13,75%. Nomes como Luis Carlos Bresser-Pereira, Luis Gonzaga Belluzzo e Luciano Coutinho, acompanhados por 2,7 mil assinaturas, afirmam no documento que o BC não apresentou justificativa para a manutenção da Selic neste patamar.

“Nenhum dos países dotados de recursos e economias estruturadas possui uma taxa de juros sequer próxima da que prevalece no Brasil e que o Banco Central pretende manter por longo período”, afirmam os economistas. O documento também é subscrito por Leda Paulani, Monica de Bolle, Nelson Marconi, Antonio Correa de Lacerda, Clélio Campolina, Paulo Nogueira Batista Jr. e Lena Lavinas.

Anunciada em 1º de fevereiro, a manutenção da Selic gerou uma série de críticas por parte do presidente Lula, da equipe econômica e aliados. O ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avalia a decisão como correta. Já os signatários da carta divulgada nesta segunda, intitulada de “Taxa de juros para a estabilidade duradoura: Manifesto de economistas em favor do desenvolvimento do Brasil”, entendem que “a taxa de juros no Brasil tem sido mantida exageradamente elevada pelo Banco Central e está hoje em níveis inaceitáveis”.

Um caminho sugerido desde a semana passada é a elevação da meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional. Atualmente tendo 3,25% ao ano como centro, a meta permitiria uma redução de juros caso fosse elevada. Nesta terça-feira (14), o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúnem com o objetivo de avaliar essa proposta. O Conselho Monetário Nacional tem encontro agendado para a quinta-feira (16), no qual o martelo sobre a meta pode ser batido. (bahia.ba).

 Foto: Marcelo Casal Jr/Agencia Brasil