A economia brasileira fechou o ano de 2022 com crescimento
acumulado de 2,9%, conforme dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados
nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam alta
de 3% para o indicador.
No recorte do quarto trimestre de 2022, o PIB recuou 0,2% em
relação aos três meses imediatamente anteriores, segundo o IBGE. Nessa
comparação, analistas consultados pela Bloomberg esperavam variação negativa de
0,2%.
O ano passado foi marcado pelo fim das restrições da
pandemia de Covid-19, o que estimulou a circulação de pessoas e o consumo de
serviços. Também houve sinais de retomada do mercado de trabalho.
Além disso, o governo do então presidente Jair Bolsonaro
(PL) adotou medidas de estímulo à atividade econômica às vésperas das eleições.
Ampliação do Auxílio Brasil e cortes tributários sobre combustíveis fazem parte
da lista.
Por outro lado, a elevação dos juros para conter a inflação
criou uma trava para o crescimento econômico, sobretudo no segundo semestre, já
que o crédito ficou mais caro a famílias e empresas.
Nesse cenário, analistas passaram a prever uma desaceleração
do PIB a partir da reta final do ano passado. O movimento, dizem, tende a
prosseguir em 2023, o primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além dos juros elevados, o fôlego menor da economia global e
a inflação persistente são apontadas como questões que devem inibir a
atividade. A agropecuária, por sua vez, caminha para uma safra maior do que em
2022, o que tende a gerar alívio no PIB.
No acumulado de 2023, a alta esperada para a economia
brasileira é de 0,84%, conforme a edição mais recente do boletim Focus,
divulgada pelo BC (Banco Central) na segunda-feira (27). A publicação reúne
estimativas de instituições financeiras.
Em fevereiro, a decisão do BC de manter a taxa básica de
juros (Selic) em 13,75% ao ano motivou uma ofensiva de Lula contra o presidente
da instituição, Roberto Campos Neto. O petista chegou a dizer que o patamar da
Selic é uma “vergonha”.
CÁLCULO DO PIB
Produtos, serviços, aluguéis, serviços públicos, impostos e
até contrabando. Esses são alguns dos componentes do PIB, calculado pelo IBGE,
de acordo com padrões internacionais. O objetivo é medir a produção de bens e
serviços no país em determinado período.
O indicador mostra quem produz, quem consome e a renda
gerada a partir dessa produção. O crescimento do PIB (descontada a inflação) é
usualmente chamado de crescimento econômico.
O levantamento é apresentado pela ótica da oferta (o que é
produzido) e da demanda (como esses produtos e serviços são consumidos). O PIB
trimestral é divulgado cerca de 60 dias após o fim do período em questão. (Folha Press).
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