Inadimplência do consumidor cresce 15,8 no 1º trimestre

Uma pesquisa da Serasa Experian mostrou que o brasileiro já
começou o ano mais inadimplente, antes mesmo de o desemprego aumentar e o
salário real cair. O indicador de inadimplência do consumidor, divulgado nesta
quarta-feira, 15, pela empresa, cresceu 15,8 no primeiro trimestre deste ano
em relação ao mesmo período do ano passado. Em março, os calotes ficaram
praticamente estáveis, com aumento de 0,2 em relação a fevereiro. Na
comparação com março do ano passado, o aumento foi de 13,4 .

De acordo com a pesquisa da Serasa, os cheques sem fundos
foram os responsáveis pelo crescimento do índice em março de 2015. Esta
modalidade de pagamento apresentou variação de 25,1 e contribuição de 1,5
ponto porcentual (p.p.). Os títulos protestados também colaboraram com variação
de 25,0 e contribuição de 0,4 p.p.

O indicador não subiu mais porque as dívidas não bancárias
(junto aos cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de
serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água etc.) e a
inadimplência com os bancos apresentaram queda de 2,3 e 1,5 e contribuíram negativamente
com 1,0 p.p. e 0,7 p.p., respectivamente.

Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, as altas
das taxas de juros, da inflação e a perspectiva de aumento do desemprego
determinaram elevação dos níveis de inadimplência do consumidor neste primeiro
trimestre de 2015.

Segundo a pesquisa, os caloteiros também deixaram de pagar
dívidas mais altas. O valor médio dos títulos protestados, dos cheques sem
fundos e das dívidas com os bancos também teve alta de 3,4 , 9,8 e 0,4 ,
respectivamente. O valor médio das dívidas não bancárias apresentou crescimento
de 35,0 no primeiro trimestre do ano, na comparação com o mesmo período de
2014.

O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor
considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos
protestados, dívidas vencidas com bancos e dívidas não bancárias (lojas em
geral, cartões de crédito, financeiras, prestadoras de serviços como
fornecimento de energia elétrica, água, telefonia etc.) em todo o país. (AE)

Imagem: EBC