Bolsonaro chora ao falar sobre cartão de vacinação de Michelle

O ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) se emocionou ao falar sobre o cartão de vacinação da ex-primeira-dama
Michelle Bolsonaro, em entrevista ao Programa Pânico, da Jovem Pan, nesta
quarta-feira (3/5). Ele confessou que não se vacinou contra a covid-19 e afirmou
que apenas sua mulher foi imunizada com a dose única Janssen, durante uma
viagem para os Estados Unidos em 2021.

Bolsonaro afirmou que os agentes
tiraram foto do cartão de vacina de Michelle, sob a suspeita de fraude. “Ela passou mal logo na volta para o Brasil. No ano passado (2022) voltou
a ter uma crise e o médico falou que era por causa da vacina, mas tudo bem”,
disse o ex-presidente que continuou justificando o cartão de vacina da sua
filha mais nova, Laura Bolsonaro.

“Quando a Anvisa falou que
ia abrir a vacina para crianças de 5 a 12 anos, eu liguei e falei: ‘Mas aqui
está como possíveis efeitos colaterais, entre outros, palpitação, dor no peito
e falta de ar, e que a recomendação é procurar o médico’. O que o médico faria
para conter uma falta de ar? E falaram que não sabiam. Então falei que minha
filha não iria tomar uma vacina que ainda é experimental”, explicou
Bolsonaro que ressaltou um atestado que dispensa a filha de ser vacinada.

O ex-presidente também afirmou
que é inocente sobre as alegações de fraude e disse que as recentes
investigações contra sua pessoa são uma perseguição. “Eu chamo de operação para
te esculachar. Podia perguntar sobre vacina pra mim, sobre cartão, eu respondia
sem problema nenhum. Por que eu fico emocionado? Mexer comigo, sem problema,
agora quando vai para esposa, filho”.

Na manhã, a Operação Venire
cumpriu 26 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisões
preventivas, cumpridos em Brasília e no Rio de Janeiro. As diligências buscam
esclarecer a ação de associação criminosa criada para prática dos crimes de
implantação de dados falsos de vacinação contra a covid-19.

O tenente-coronel Mauro Cid
Barbosa, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, dois assessores especiais,
seguranças do ex-presidente Bolsonaro, e um ex-secretário de saúde do RJ foram
presos. Segundo a Polícia Federal, os fatos configuram em tese os crimes de infração
de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos
em sistemas de informação e corrupção de menores.

Durante seu governo, Bolsonaro
chegou a colocar seu cartão de vacinação sobre sigilo de 100 anos, argumentando
que se tratava de informação pessoal, mesmo ele afirmando que não teria se
vacinado contra a covid-19. Em fevereiro, a Controladoria-Geral da União
informou que havia iniciado uma investigação preliminar sigilosa para apurar “adulteração do cartão de vacinação”. (Ed Estado de Minas)./Correio Brasiliense.

Foto: Reprodução Jovem Pam