Aliados de Zanin querem isolar Moro em indicação para o STF

As autoridades do governo e do Judiciário que apoiaram a indicação de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF) estão empenhadas em isolar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) em sua batalha para a escolha do nome do advogado no Senado.

Moro tenta se aproximar de Zanin, que precisa de aprovação dos senadores, mas suas chances são consideradas irrisórias, conforme a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e a meta é que ele fique isolado no parlamento, ao ponto de que a oposição ao governo não se some a ele, nem mesmo para fazer um barulho grande contra a escolha de Lula (PT).

O governo federal tem consolidados 42 votos no Senado – um a mais do que o necessário para a aprovação do nome de Zanin. A oposição tem 12 senadores, e 27 se declaram independentes.

Ministros do governo, autoridades do Judiciário e senadores da base de apoio a Lula pretendem trabalhar para que a votação do advogado seja bem mais ampla do que a base do governo no Senado, somando votos até da oposição.

Eles têm invocado o fato de que isso já ocorreu em passado recente: as indicações de Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo foram respeitadas pelos que então faziam oposição a ele ? e Kassio Nunes e André Mendonça tiveram até mesmo votos do PT quando foram aprovados para a Corte.

Zanin foi indicado por Lula na semana passada para substituir Ricardo Lewandowski no STF. Advogado de Lula na Operação Lava Jato, ele estabeleceu um confronto jurídico com Moro durante o julgamento do ex-presidente em torno de teses que acabaram sendo a base para que as condenações do petista fossem anuladas.

Quando Zanin foi indicado, Moro afirmou em suas redes sociais que a escolha “não favorece a independência da instituição e fere o espírito republicano”.

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