O
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta 5ª feira (29.jun.2023) que
o CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu por manter a meta para a inflação a
3% para 2024, 2025 e 2026. O conselho definiu ainda que, a partir de 2025, será
adotado o modelo de meta contínua. A decisão é menos drástica e tem simpatia do
Banco Central. Com isso, o ministro disse ainda que há grande expectativa do
governo de cortes “consistentes” da Selic, a taxa básica de juros, a partir de
agosto, pois os indicadores têm demonstrado cenário favorável na inflação.
“Hoje,
o Banco Central disse que as projeções já estão em torno de 3,1%, isso para
2025. Então, não nos cabia neste momento uma alteração que pudesse implicar, se
para baixo, um aperto monetário ainda maior e, se para cima, sinalizar um descompromisso
com o combate à inflação”, declarou.
Segundo
o ministro, a decisão do horizonte para cálculo da meta é do Banco Central, mas
?na prática, se trabalha com 24 meses?.
Eis
as metas para inflação determinadas pelo colegiado: 2023 ? 3,25% (margem de
tolerância: de 1,75% a 4,75%); 2024, 2025 e 2026 ? 3% (margem de tolerância: de
1,5% a 4,5%)
A
mudança no sistema de meta para inflação passa a valer a partir de 2025, quando
termina o mandato do presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto. O
economista já havia se manifestado favoravelmente à adoção deste formato.
“A
meta contínua dá tranquilidade para a política monetária quando sabe que não
irá atingir meta de um ano para o outro. (?) Na prática, se trabalha com 24
meses em horizonte de atingimento da meta”, afirmou.
Atualmente,
o país segue o regime de meta baseado no calendário gregoriano. O patamar a ser
perseguido deve ser aquele fixado para o período de janeiro a dezembro. Com a mudança do sistema,
adota-se o regime contínuo, que estabelece período superior a 1 ano para
cumprimento da meta de inflação.
A partir da decisão do CMN desta 5ª feira, há duas
sinalizações ao mercado:
. a percepção de que o Banco Central poderá afrouxar a política monetária, baixar
a taxa Selic e tolerar a inflação fora da meta por mais tempo;
. vitória de Lula e da equipe econômica contra a ortodoxia da autoridade
monetária. (Gabriela Boechat ? Poder 360)
Foto:
Divulgação/Poder 360