O ex-deputado
Eduardo Cunha (MDB-RJ) usou as redes sociais, neste domingo (27/8), para
defender que houve sim as chamadas “pedaladas ficais” durante o
governo de Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, no entanto, não foi esse o motivo
que levou ao impeachment da ex-presidente e sim pela edição de decretos de
execução orçamentária sem autorização do Congresso Nacional. Cunha era
presidente da Câmara dos Deputados em 2016, quando Dilma foi impeachmada.
“As
pedaladas fiscais aconteceram sim, foram condenadas pelo TCU, talvez tenham
sido a principal causa do estelionato eleitoral, que foi a vitória na reeleição
de Dilma, mas elas em nada tiveram a ver com o processo de impeachment. Não
deixem de ler o livro “Tchau, querida””, disse o político, neste domingo
(27/8), em sua conta em uma rede social.
Cunha se
manifestou após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer que é preciso
uma reparação à Dilma pois ela “foi julgada por uma coisa que não
aconteceu”. Após a fala, Cunha questionou ironicamente se Lula irá revogar
os decretos de execução orçamentária. “Na verdade o impeachment de Dilma
se deu pela edição de decretos de execução orçamentária sem autorização do
Congresso Nacional. Será que Lula vai conseguir revogar esses decretos – E se o
fizer tem efeito retroativo um decreto que já teve a consequência
efetivada?”, disse.
Pedaladas
questionadas
O comentário
do ex-presidente da Câmara tem como cenário a manutenção do arquivamento do
processo que acusa Dilma Rousseff de improbidade administrativa por causa das
pedaladas fiscais. Essa decisão foi tomada na segunda-feira (21/8), pelo
Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Essas
acusações, arquivadas pelo tribunal, serviram como base jurídica para a
execução do impeachment, em 2016. A decisão do TRF também beneficia o
ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o ex-presidente do Banco do Brasil
Aldemir Bendine, o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin e o ex-presidente do
BNDES Luciano Coutinho.
Lula defende
“reparação” a Dilma
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva também comentou a decisão do TRF-1. Ele afirmou, em
viagem a Angola, se preciso iniciar uma discussão sobre como reparar a
ex-presidente Dilma, porque segundo ele, ela “foi julgada por uma coisa
que não aconteceu”.
“A
Justiça Federal em Brasília absolveu a companheira Dilma da acusação da
pedalada, a Dilma foi absolvida, e eu agora vou discutir como que a gente vai
fazer. Não dá para reparar os direitos políticos, porque se ela quiser voltar
para ser presidente, eu quero terminar o meu mandato”, brincou Lula.
Atualmente,
Dilma preside o Banco do Brics. (Francisco Arthur – Correio Brasiliense)
Foto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil