No primeiro teste na Assembleia Legislativa da Bahia
(AL-BA), a articulação política do governo Rui Costa (PT) foi derrotada nesta
terça-feira (5). Previsto para votação, o reajuste linear dos servidores
estaduais foi adiado por falta de quórum dos parlamentares da base aliada ?
cerca de 20 deputados não permaneceram no plenário quando a matéria foi
colocada em apreciação, sob protestos dos funcionários públicos, que ocupavam a
galeria. De acordo com deputados consultados pelo Bahia Notícias, os sinais de
insatisfação dos parlamentares com o governo não são recentes. Há algum tempo,
nos bastidores, parlamentares reclamam que o governador e o secretário de
Relações Institucionais, Josias Gomes, trabalham apenas para atender a
prefeitos da base, enquanto que os membros do legislativo acabam alijados de qualquer
conversa ou negociação. [Chegam a dizer que Rui só conversa com prefeitos],
sugere um dos deputados consultados, que opta pelo anonimato. Os indícios de
que o líder do governo, Zé Neto (PT), não teria vida fácil na votação desta
semana foram sugeridos pelo presidente da AL-BA, Marcelo Nilo (PT). No final de
semana, o pedetista indicou que deputados do PSD e do PDT reclamaram de falta
de interlocução com o governo ? hipótese negada em público por lideranças. No
entanto, o amargo da derrota foi sentido apenas nesta terça ? com planejamento
inicial para votação dos dois turnos do reajuste de 6,41 (divididos em
parcelas de 3,5 retroativo a março e 2,91 em novembro), o governo acabou
obrigado a recuar: faltou quórum. Enquanto Zé Neto e a oposição se digladiavam
no plenário ? a minoria tentava retirar o projeto da pauta ou mesmo obstruir a
votação -, fora dele, os deputados da base aliada mandavam um recado bem claro.
[Não existe articulação com os deputados], criticam. Ou seja, Josias Gomes deve
colocar as barbas de molho. E os servidores devem continuar sem definição sobre
a votação do reajuste, pois os parlamentares consultados não garantiram aparar
todas as arestas até esta quarta (6), quando o líder governista chegou a sugerir
que o projeto voltaria a pauta. (Bahia Noticias)
Foto:Divulgação