O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),Mauro Cid, já sugeriu a Polícia Federal falar sobre três temas durante sua delação. Na lista dos assuntos estão as joias sauditas, cartão de vacinação e golpe de Estado. Os investigadores da PF acataram a sugestão das temáticas e consideram que é evidente o envolvimento de Jair Bolsonaro.
Cid será chamado para prestar novos depoimentos a partir da semana que vem. A expectativa de sua família é a de que ele seja liberado para cumprir prisão domiciliar – mesmo que com tornolezeira eletrônica, apesar de ele não querer usá-la.
Integrantes do Ministério Público Federal (MPF) se manifestaram contra a delação de Cid. A PF, porém, tem autonomia para celebrar acordos, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2018.
Como lembram fontes estão envolvidas na investigação e que acompanham a delação, ?”Cid não tinha autonomia para tomar decisões?”, como fez parecer Jair Bolsonaro em declaração do dia 18 de agosto.
O envolvimento criminal do pai de Cid, o general Lourena Cid, e da esposa do ex-ajudante de ordens, Gabriela Cid, somado a declaração de Bolsonaro, tirou a família Cid do eixo.
Em entrevista ao Estudio i, Bittencourt chegou a citar Sinhozinho Malta para dizer que Bolsonaro estava implicado diretamente na ordem da venda do relógio Rolex.
“Ele disse resolve esse problema [sobre ordem para venda de relógio]. Lembra o Sinhozinho Malta? Diga aí, resolve. Não estou dizendo nada, resolve. Para bom entendedor”, disse Bittencourt.
Há uma preocupação para que a defesa insista nessa versão pública: o medo do que a família Cid passou a chamar de ?”conglomerado do outro lado?”, ou seja, do bolsonarismo. O termo já havia sido usado por Bittencourt durante entrevista ao Estudio i, na GloboNews, quando ele disse que temia pela vida de Cid e seus familiares. (bahia.ba).
Foto: Geraldo Magela/Agencia Senado