Polícia encontra corpos de suspeitos de terem matado médicos no RJ

No início da madrugada desta
sexta-feira (6), as polícias Civil e Militar encontraram quatro corpos que
seriam dos suspeitos de terem assassinado a tiros três médicos em um quiosque
da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com investigadores, os
cadáveres dos suspeitos estavam em dois pontos distintos da zona oeste – na
Gardênia Azul havia um corpo no porta-malas de um carro, já nas proximidades do
centro de convenções Riocentro, e outros três estavam em outro veículo.

A informação de denúncia à
polícia foi que os mortos seriam integrantes de uma organização criminosa da
Gardênia Azul, que possuem os apelidos Ryan, Preto Foso, BMW e Phillip Motta
Pereira, o Lesk. Exames periciais serão realizados para confirmar as
identidades.

A polícia apura se eles foram
mortos porque teriam confundido o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, 33, com
Taillon de Alcantara Pereira Barbosa, 26, acusado pelo Ministério Público
estadual de integrar a milícia de Rio das Pedras. Milicianos são criminosos que
exploram o comércio local e cobram taxas de segurança ilegais, sob coação.

Além da fisionomia semelhante,
Taillon mora em um apartamento localizado a 220 metros do quiosque Nana 2, onde
ocorreu o crime, na orla da Barra da Tijuca. Ele conseguiu liberdade
condicional no dia 26 de setembro.

Conforme a Folha de S.Paulo
noticiou, a polícia apura se o Comando Vermelho matou os narcomilicianos
envolvidos no assassinato dos médicos após terem conhecimento de que eles
atiraram em inocentes e o caso ganhar repercussão nacional.

A chamada narcomilícia surgiu a
partir de 2021, quando houve uma ruptura interna na milícia da região.
Enfraquecidos, o miliciano Lesk procurou apoio com traficantes da Cidade de
Deus, na zona oeste.

Uma aliança foi firmada, então,
entre os ex-integrantes da milícia e o tráfico, gerando o que a polícia chama
de narcomilícia na Gardênia, com a liderança tanto de milicianos locais quanto
de traficantes da facção Comando Vermelho. Os traficantes têm os complexos da
Penha e do Alemão como base principal.

Logo após efetuarem os disparos
contra os médicos, os criminosos teriam fugido para o bairro Cidade de Deus. A
polícia investiga se um “tribunal do tráfico” foi montado na Penha,
determinando a morte dos envolvidos.

Segundo um investigador, o
objetivo do tráfico seria evitar operações policiais em favelas da facção. O
caso segue sob investigação.

O CRIME

O crime aconteceu por volta da
1h, em frente ao Windsor Hotel, área nobre do bairro. Toda a ação durou exatos
27 segundos e foi registrada por câmeras de segurança.

No vídeo, os quatro médicos
aparecem sentados em uma mesa do quiosque quando três homens, vestidos com
roupas pretas, descem de um carro branco parado do outro lado da via e começam
a atirar no grupo.

Após balearem os quatro ocupantes
da mesa, os criminosos voltam correndo para o veículo e vão embora sem roubar
nada.

As imagens mostram também que
outros clientes do quiosque testemunharam o ataque e saíram correndo para não
serem feridos.

Uma testemunha que estava no
quiosque e prestou depoimento afirmou que não houve anúncio de assalto antes
dos disparos.

Os celulares dos médicos foram
apreendidos e irão passar por perícia. Não foi divulgado se algum deles tinha
sofrido alguma ameaça. (Bruna Fantti ? Rio de Janeiro ? FolhaPress)

 Foto: Divulgação/Reprodução