Os partidos da oposição e que se declaram independentes
ajudaram o governo a aprovar a primeira medida provisória do ajuste fiscal.
Deputados dessas legendas deram 19 dos 252 que garantiram a aprovação do
texto-base da MP 655/14, que torna mais rigoroso o acesso a direitos
trabalhistas ao alterar regras de concessão de benefícios como o
seguro-desemprego. Esses votos foram decisivos para o governo, já que 227
votaram contra a mudança nas regras. As dissidências vieram dos oposicionistas
DEM (oito dos 22 presentes) e Solidariedade (um entre 13) e dos autodeclarados
independentes PSB (sete de 29) e PV (três de oito).
No DEM, votaram com o governo, contra a orientação da
bancada: Carlos Melles (MG), Cláudio Cajado (BA), Elmar Nascimento (BA), José
Carlos Aleluia (BA), Marcelo Aguiar (SP), Mizael Varella (MG), Paulo Azi (BA) e
Rodrigo Maia (RJ). No Solidariedade, de Paulo Pereira da Silva (SP), presidente
licenciado da Força Sindical e um dos principais opositores ao governo, a única
dissidência foi de Elizeu Dionizio (MS).
No PSB, que tem mantido posição de independência em relação
ao Planalto, votaram com o governo: Átila Lira (PI), José Reinaldo (MA), Keiko
Ota (SP), Luiz Lauro Filho (SP), Tenente Lúcio (MG), Tereza Cristina (MS) e
Vicentinho Júnior (TO). Também do bloco dos independentes, o PV rendeu três
votos para o governo: Fábio Ramalho (MG), Sarney Filho (MA) e Victor Mendes
(MA).
Aliados
Entre os governistas, o mais [infiel] à orientação do
governo foi o PDT, do ministro do Trabalho, Manoel Dias. Todos os 19 pedetistas
votaram contra a proposta do ajuste fiscal. O segundo maior dissidente entre os
governistas foi o PP, que se dividiu na votação: 18 deputados da bancada
votaram contra a MP, e 21 a favor.
O PMDB, do vice-presidente Michel Temer (RJ) e do presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmou o apoio à MP 655, com 50 votos
favoráveis e 13 contrários. Os peemedebistas ameaçaram não votar com o governo
caso o PT não fechasse questão sobre o assunto. Pressionados, os petistas
acabaram apoiando a medida: dos 55 deputados do partido presentes, apenas
Welliton Prado (MG) votou contra.
Entre outras alterações, a MP aumenta o tempo de trabalho
para que a pessoa requeira pela primeira vez o seguro-desemprego: de seis para
12 meses. O governo queria estender esse prazo para 18 meses, mas foi obrigado
a recuar.
Veja como cada partido votou:
Clique aqui para ver como cada deputado votou
Partido NÃO SIM Abstenção Presentes
DEM 14 8 0 22
PCdoB 2 11 0 13
PDT 19 0 0 19
PEN 0 1 0 1
PHS 5 0 0 5
PMDB 13 50 0 64*
PMN 1 2 0 3
PP 18 21 0 39
PPS 11 0 0 11
PR 5 27 0 32
PRB 8 11 0 19
Pros 3 8 0 11
PRP 2 1 0 3
PRTB 1 0 0 1
PSB 22 7 0 29
PSC 8 2 0 10
PSD 6 26 0 32
PSDB 51 0 0 51
PSDC 1 1 0 2
PSL 0 1 0 1
Psol 5 0 0 5
PT 1 54 0 55
PTB 11 12 1 24
PTC 1 1 0 2
PTdoB 1 1 0 2
PTN 1 3 0 4
PV 5 3 0 8
SD 12 1 0 13
Total 227 252 1 481
* Por impedimento regimental, o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não votou.
Congresso em Foco
Foto: Gabriela Korossy/Ag. Câmara