Alba lança perfis biográficos de Paulo Maracajá e Walmir Lima – o Bamba do Samba

Autor de sucessos que marcaram a
história do samba na Bahia, Walmir Lima teve seu perfil escrito pelo jornalista
e escritor José Carlos Teixeira, declaradamente fã do sambista e do gênero
musical. “A história de Walmir é também um recorte da história do samba da
Bahia, da cidade do Salvador, um recorte da nossa história que precisa ser
resgatada”, lembrou o autor, cujo trabalho foi organizar e reproduzir
lembranças do biografado, a partir de entrevistas feitas, entre novembro de
2017 e julho de 2018.

Teixeira lamentou a falta de
reconhecimento dos músicos tradicionais baianos, em comparação aos do Rio de
Janeiro, que são abordados na rua e os jovens conhecem suas obras. “Mas está aí
Walmir, aos 92 anos, ainda produzindo, com suas músicas gravadas, temos o seu
sucesso que virou o hino da Lavagem do Bonfim, mas quem o reconhece na rua? Por
isso, a importância dessa coleção, para resgatar os personagens da nossa
história”, frisou.

Animado ao receber a homenagem da
ALBA, Walmir Lima relatou um pouco da sua história como filho de músico
santo-amarense, sambista, amigo e parceiro de Batatinha, com quem ganhou o 1º
Festival Oficial do Carnaval da Bahia, das suas composições famosas, a exemplo
de Ilha de Maré, gravada por diversos intérpretes, inclusive por Alcione. Não
só falou, mas também cantou algumas delas, com o coro feliz dos presentes,
entre eles o também sambista Edil Pacheco. “O meu fraco é o samba, sempre foi.
Tenho o samba nas veias de Santo Amaro”, afirmou.

PROJETO EDITORIAL

Anfitrião do evento, o presidente
Adolfo Menezes reverenciou a trajetória de Walmir Lima e Paulo Maracajá, saudou
seus amigos e familiares e reafirmou a honra de prosseguir com o projeto
editorial da Casa, iniciado em 1998, e “que, apesar da pandemia, já conta com
51 livros, publicações que mostram os talentos da Bahia e diversas
personalidades no campo da música, da arte e da cultura”.

Ao tempo em que salientou a
importância do Programa Alba Cultural, “que só faz enaltecer a Casa do Povo”, o
chefe do Parlamento baiano fez críticas à juventude por dedicar tempo excessivo
às mídias sociais. “Na época dos computadores e dos celulares, só olhando jogos
e vídeos, a garotada precisa dar valor à leitura, conhecendo mais pessoas e
fatos sobre a história da Bahia e do Brasil”, considerou.

Como não poderia deixar de ser, a
tarde terminou em festa, com o grupo Samba da Democracia – formado por Pedrão
Habib, Dudu Reis, Rafael Belota e Predileto – que tocou clássicos dos sambistas
baianos, a exemplo de Batatinha, Riachão, Edil Pacheco, Ederaldo Gentil e,
sobretudo, do homenageado Walmir Lima. (Agencia Alba)

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