O secretário da Segurança Pública
de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou neste sábado (21) que as armas do
Exército recuperadas em uma região de mata em São Roque estavam sendo
negociadas com o PCC.
“Elas [as metralhadoras]
tinham endereço certo. A informação que se tem é que tanto Comando Vermelho
quanto PCC seriam os destinatários finais desse armamento”, disse Derrite.
Foram localizadas cinco metralhadoras
.50 e quatro fuzis de calibre 7,62.
Ao todo, 21 armas desapareceram
do Arsenal de Guerra. Oito já haviam sido encontradas na Gardênia Azul, bairro
da zona oeste do Rio de Janeiro, área de atuação de uma narcomilícia ligada à
facção Comando Vermelho.
A localização das armas ocorreu
após um trabalho de inteligência da Polícia Civil. Os policiais descobriram que
o armamento seria entregue a um grupo de criminosos do PCC.
Os investigadores se dirigiram ao
local da entrega, uma área de mata, e, segundo o secretário, foram recebidos
com disparos de armas de fogo. Houve troca de tiros, com os policiais revidando
em seguida com tiros de fuzil e pistola. Os suspeitos fugiram em direção à
mata. (FolhaPress).
Foto: Divulgação/ Site Top Armas de Fogo
A polícia não sabe ao certo
quantos criminosos estavam no local, segundo Derrite. Havia ao menos duas
pessoas armadas pois, de acordo com o secretário, as viaturas foram atingidas
pelos dois lados.
Equipes do 5º Baep (Batalhão de
Ações Especiais de Polícia), de Barueri, e do COE (Comandos de Operações
Especiais) fizeram uma busca na mata durante a manhã de sábado, mas ninguém foi
encontrado. O secretário também diz que, até as 10h30, nenhuma pessoa com
ferimento de arma de fogo tinha dado entrada nos serviços de saúde da região.
Após a apreensão, uma equipe do
Exército confirmou que as armas faziam parte do arsenal furtado, ao conferir a
numeração inscrita nas metralhadoras. Derrite diz que, agora, a secretaria
trabalha para recuperar as quatro armas restantes.
O governador Tarcísio de Freitas
(Republicanos) parabenizou a Delegacia Seccional de Carapicuíba pelo encontro
das armas. “A dedicação e o trabalho profissional dos nossos policiais
impõe mais um revés ao crime”, disse.
O Comando Militar do Sudeste
investiga o desaparecimento das armas desde o dia 10 de outubro. Um Inquérito
Policial Militar foi aberto para apurar as circunstâncias do furto. A investigação
tem prazo de 40 dias e é conduzida sob sigilo.
A falta de 13 metralhadoras .50
(antiaéreas) e oito de calibre 7,62 foi notada durante uma inspeção. O Exército
afirmou que os armamentos são inservíveis “e que foram recolhidos para
manutenção”.
Nesta sexta (20), o coronel Mário
Victor Vargas Júnior, 48, foi nomeado diretor do Arsenal de Guerra de São
Paulo, em Barueri. Ele ficará no lugar do tenente-coronel Rivelino Barata de
Sousa Batista, exonerado após o furto.