O ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) negou que tenha tentado aplicar um golpe de Estado. Em discurso durante
ato na avenida Paulista, em São Paulo, na tarde deste domingo (25/2), o
ex-chefe do Executivo disse que a minuta de decreto de Estado de Defesa, encontrada
na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, foi embasada na
Constituição.
“Golpe usando a Constituição?
Tenham santa paciência. Apesar de não ser golpe o Estado de Sítio, não foi
convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para tramar ou botar
no papel a proposta de decreto de Estado de Sítio”, argumentou.
Bolsonaro disse que está sofrendo
perseguição e, sem citar nomes, disse que opositores querem “entubar a todos
nós que um golpe usando dispositivo da Constituição, cuja palavra final quem dá
é o parlamento brasileiro, estava em gestação”. “Teria muito a falar, tem gente
que sabe o que eu falaria, mas o que eu busco é a pacificação, é passar uma
borracha no passado, é buscar maneiras de vivermos em paz, é não continuarmos
sobressaltados”, ressaltou.
O ex-presidente não falou
explicitamente sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) em seu discurso, mas, nas
entrelinhas, afirmou que “alguns” estão cometendo “abusos”. “É lamentável o que
vem acontecendo, o abuso por parte de alguns, que traz insegurança para todos
nós”, alegou.
Bolsonaro e aliados, como
Anderson Torres, o general Augusto Heleno e o presidente do Partido Liberal,
(PL) Valdemar da Costa Neto, são alvo de inquérito comandado pelo ministro do
STF Alexandre de Moraes, que autorizou operação, deflagrada em 8 de fevereiro,
pela Polícia Federal, com o objetivo de apurar suposta tentativa de golpe de
Estado e de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito. Na última
quinta-feira (22/2), os investigados prestaram depoimento na sede da PF, em
Brasília, e as investigações seguem no sentido de elucidar as articulações que
resultaram no ataque às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. (Aline
Brito – Correio Brasiliense)
Foto: Nelson Almeida/AFP