O Produto Interno Bruto (PIB) do
país, divulgado nesta sexta-feira (1º/3), permaneceu estável no quarto
trimestre de 2023 e encerrou o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da
Silva com um crescimento de 2,9%, atingindo o valor total de R$ 10,9 trilhões.
Segundo especialistas, o resultado foi puxado pela agropecuária.
“A atividade agropecuária
aumentou 15,1% de 2022 para 2023, exercendo uma influência significativa no
desempenho geral do PIB do país”, afirma o economista Volnei Eyng, CEO da
Multiplike.
De acordo com o executivo, houve
também um crescimento na indústria (1,6%) e nos serviços (2,4%). “O PIB per
capita alcançou R$ 50,1, representando um avanço real de 2,2% em relação a
2022”, destaca, explicando os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) por meio do Sistema de Contas Nacionais
Trimestrais.
“O resultado desse PIB reforça a
tendência de o BC cortar a taxa de juros do país em meio ponto percentual nas
próximas duas reuniões à frente, conforme já precificado anteriormente pelo
mercado”, diz Eyng. “Também reforça a tese de que o Brasil poderá, sim,
encerrar o ano de 2024 com a Selic na casa de um dígito, ou seja, 9% ao ano, em
linha com a expectativa dos economistas”, declara.
A taxa básica de juros está,
atualmente, em 11,25% ao ano e as próximas reuniões do Comitê de Política
Monetária (Copom) são em 19 e 20 de março, bem como 7 e 8 de maio e também 18 e
19 de junho.
Setores
Em relação ao agro, o
especialista reforça que o resultado positivo foi impulsionado pelo crescimento
da produção e pela maior produtividade da agricultura, especialmente nas
lavouras de soja e milho, que registraram produções recorde de acordo com o Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).
“Outro fator que contribuiu
positivamente para o resultado do PIB de 2023 foi o desempenho das indústrias
extrativas, que cresceram 8,7% devido ao aumento na extração de petróleo, gás
natural e minério de ferro”, frisa, acrescentando que os setores de eletricidade
e gás, água, esgoto e gestão de resíduos cresceram 6,5% devido às condições
hídricas favoráveis e ao fenômeno climático El Niño.
Por outro lado, as indústrias de
transformação (-1,3%) e de construção (-0,5%) encerraram o ano com queda. “Já
no setor de serviços, todas as atividades registraram crescimento, com destaque
para as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que
cresceram 6,6%.” (Fernanda Strickland/Correio
Brasiliense).
Foto: Marcelo Ferreira/CB