O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Lewandowski, classificou como uma “vitória do Estado brasileiro” a prisão dos três suspeitos de mandar assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, além da tentativa de matar a assessora Fernanda Chaves, em março de 2018. O ministro afirmou ainda que o caso expõe o modo de operação das mílícias do Rio de Janeiro.
“Esse momento é extremamente significativo, é uma vitória do Estado brasileiro”, afirmou em entrevista coletiva neste domingo (24). O pronunciamento aconteceu no Palácio da Justiça, em Brasília (DF).
“Neste momento nós temos, bem claro, os executores deste crime, podemos dizer odioso, hediondo, por ser um crime de natureza política. A Polícia Federal, em suas investigações identificou os mandantes e os demais envolvidos”, disse o ministro, que não descartou o envolvimento de outros participantes no crime.
“O que este relatório policial e as longas investigações revelam é o modus operandi das milícias no Rio de Janeiro, que é bastante sofisticado, complexo, que se espalha infelizmente por todo o estado e por várias atividades. Tenho a impressão que, a partir deste caso, nós podemos, talvez, desvendar outros casos ou pelo menos seguir o fio de um novelo, cuja dimensão ainda não temos clara. Essa investigação é uma espécie de radiografia de como operam as milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro”, continuou o ministro.
Iniciada na manhã deste domingo, a Operação Murder Inc prendeu Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. As prisões ocorrem após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que está preso desde 2019 sob acusação de ser um dos executores do crime. Lessa indicou quem eram os mandantes e também a motivação do crime.
A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. Eles foram baleados após participarem de um evento público na capital do estado. O carro foi atingido por 13 tiros. Além de ativista dos direitos humanos, da igualdade e do respeito à identidade de gênero, Marielle era uma obstinada estudiosa do sistema de Justiça e de seguranças pública. (bahia.ba).
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