Não deve sair hoje decisão sobre o fator previdenciário, diz Temer

O vice-presidente Michel
Temer afirmou, nesta segunda-feira, que a decisão da presidente Dilma Rousseff
pelo veto ou pela sanção da emenda que flexibilizou o fator previdenciário não
deve sair hoje. Após participar de reunião de coordenação política com a
petista e 12 ministros de Estado, Temer destacou que o governo está elaborando
estudos sobre o tema e que ainda há tempo antes do prazo legal para o Planalto
se manifestar, que vence na quarta-feira, 17. “Entre hoje e amanhã tem uma
eternidade”, disse o vice-presidente ao Broadcast Político, serviço em
tempo real da Agência Estado.

Segundo fontes, os
ministros de Dilma estão divididos quanto ao caminho a ser tomado em relação à
emenda que modificou regras do fator previdenciário, incluída pelos
parlamentares em uma das medidas provisórias do ajuste fiscal. A equipe
econômica quer que a presidente vete a emenda, sob o argumento de que
sancioná-la enviaria um [sinal trocado] na política de controle dos
gastos públicos. Embora a proposta não traga grande impacto no curto prazo,
cálculos do governo apontam que em 10 anos a conta deverá somar R$ 40 bilhões.

Por outro lado, ministros
mais políticos argumentam que o Planalto não está em situação de abrir uma nova
frente de disputa com o Congresso Nacional. A flexibilização do fator teve
amplo apoio entre deputados e senadores e a avaliação é que um veto tem grandes
chances de ser derrubado pelo Legislativo.

Esses auxiliares dizem
que o melhor é sancionar o texto e em seguida enviar ao Legislativo uma
proposta que inclua travas à emenda aprovada pelos parlamentares. Uma das
ideias discutidas internamente no governo é estabelecer um cálculo progressivo,
pelo qual a fórmula 85/95 aumentaria de acordo com a evolução da expectativa de
vida da população.

O tema tem centralizado
as atenções do Planalto. Nesse domingo, 14, já houve uma primeira reunião para
tratar do assunto e, nesta segunda, 15, mais tarde, o ministro da
Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, dá prosseguimento às conversas em encontro
com centrais sindicais, também no Planalto.(AE)

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