O ministro Teori Zavascki, do
Supremo Tribunal Federal, negou hoje (2) pedidos de acesso ao acordo delação do
presidente da UTC, Ricardo Pessoa, investigado na Operação Lava Jato. O
documento tramita em segredo de Justiça no Supremo.
Os pedidos de acesso foram feitos
pelos ministros Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio
Mercadante, e pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), após reportagem da revista
Veja veiculada no último fim de semana.
Segundo a revista, Pessoa citou,
em acordo de delação premiada, o nome de 18 pessoas que receberam contribuições
dele. Edinho Silva e Mercadante negaram ter recebido doações ilegais do
empreiteiro.
Edinho Silva, que foi tesoureiro
da campanha da presidenta Dilma Rousseff em 2014, confirmou ter recebido R$ 7,5
milhões, mas ressaltou que em doações lícitas, conforme prevê a legislação.
O ministro da Casa Civil, Aloizio
Mercadante, confirmou dois pagamentos de R$ 250 mil, da UTC e da Constran, para
sua campanha ao governo de São Paulo, em 2010. Disse, no entanto, que o
dinheiro foi recebido de forma legal e declarado à Justiça Eleitoral.
A direção do PT reafirmou que
todas as doações recebidas pelo partido são legais e registradas na Justiça
Eleitoral.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP)
reconhece que recebeu R$ 200 mil para sua campanha eleitoral ao Senado, em
2010. Ele destacou que o dinheiro foi legalmente declarado à Justiça Eleitoral.
O senador disse que não conhece o empreiteiro e que não tem nada a esconder.
[Nunca fui procurado por Ricardo
Pessoa, nem antes e nem depois da campanha, para patrocinar pleitos junto à
Petrobras, uma vez que, entre outras razões, é pública e notória a minha
frontal oposição ao governo petista, à sombra do qual esse senhor prosperou],
defendeu-se.(André Richter/ABr)/Diário do Poder