Os presidentes das duas maiores
empreiteiras do Brasil tiveram bloqueados R$ 5.840.973,01, por determinação do
juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato. De Marcelo
Odebrecht, da Odebrecht, foram bloqueados R$ 4.572.679,03 e de Otávio Marques
de Azevedo, da Andrade Gutierrez, R$ 1.268.293,98. Os dois estão presos desde
19 de junho quando foi deflagrada a 14ª fase da Lava Jato, denominada Erga
Omnes.
O rastreamento do dinheiro dos
empreiteiros e de outros investigados está sendo executado pelo Banco Central,
via Sistema Bacenjud ? instrumento de comunicação eletrônica entre o Poder
Judiciário e as instituições financeiras bancárias que mapeia contas sob
suspeita.
Os valores congelados são
deslocados para uma conta judicial onde ficam sob custódia até a sentença. Ao
final do processo, o dinheiro pode ser revertido em favor da União ou devolvido
ao suspeito.
O saldo tornado indisponível é
parcial. A busca por mais valores prossegue.
O bloqueio ordenado por Moro
alcançou, além de Odebrecht e Otávio Azevedo, os diretores Rogério Santos de
Araújo, Mário Faria da Silva, César Ramos Rocha, da Odebrechet; os executivos
Elton Negrão de Azevedo Júnior e Antônio Pedro Campelo de Souza, da Andrade
Gutierrez; Paulo Roberto Dalmazzo ? ex-executivo da Andrade Gutierrez -; o
empresário João Antônio Bernardi Filho, que integrava o quadro social da Hayley
do Brasil, e o funcionário da Petrobrás Celso Araripe de Oliveira. O montante
bloqueado de todos os executivos chegou, por enquanto, a R$ 20.756.715,55.
No despacho que determinou as
prisões, Moro havia determinado o bloqueio de até R$ 20 milhões de cada um dos
alvos da Erga Omnes. O sequestro de ativos mantidos nas contas correntes dos
executivos havia sido pedido pelo Ministério Público Federal.
A Odebrecht informou que não vai
comentar. A Andrade Gutierrez não respondeu ao contato feito pela reportagem.
(AE)
Foto: Reuters-Estadao.